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Falta de diversidade na Câmara de Porto Seguro isola projetos de interesse social

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Faltando pouco para as eleições municipais, o Jojô Notícias convoca você, eleitor(a), num exercício de cidadania para uma reflexão profunda sobre a importância de seu voto.

Chegou a hora de mudar preceitos e convicções quanto à política e ao estado sujo à qual se encontra. Não que isso não seja verdade, mas para não cairmos na armadilha que vem com a evasiva de que “todos são iguais”, fazendo a rasa associação entre política e corrupção como sinônimas, sem ao menos pararmos para pensar e distinguirmos quem é quem. 

Não são todos iguais; nunca foram. Basta analisar os representantes da Casa Legislativa ao longo do tempo.

Ou de essa agora: são 17 vereadores em Porto Seguro, sendo apenas duas mulheres, Ariana Prates (atual presidente da Casa) e Lívia Bittencourt, sendo que a última, exerceu poucos meses de vereança, pois preferiu ocupar a pasta de Secretaria de Assistência Social por indicação do Executivo. Uma vereadora entre 17 e poucas ao longo da história. Este cenário precisa mudar.

A questão de gênero é só um exemplo para ilustrar a falta de diversidade entre os representantes do Legislativo. Depois que descobriram que as igrejas evangélicas eram um reduto eleitoral decisivo, o que não falta são vereadores (e vale para todos os cargos políticos até o presidente) na linha de um pensamento, por vezes ultrapassado, de um conservadorismo latente. 

O estado democrático de direito é laico, como diz na Constituição Federal, e o Legislativo necessita de uma melhor distribuição de suas cadeiras, para que matérias importantes como a igualdade de gênero, a educação sexual nas escolas, entre outras tantas, de grande relevância, não serem rechaçadas como vem sendo, sem que tenha um mínimo de vontade de entendimento por parte de tal grupo conservador. E isto acontece em diversas casas legislativas nesse país, em todos os níveis, incluindo Porto Seguro.

Só para se ter uma idéia, nas últimas semanas, uma comissão vem tentando criar o Conselho Municipal LGBTQ+ , e foi à Câmara em busca de diálogo com os vereadores. Pode ter certeza, que o projeto, mesmo sendo fruto de uma demanda social de uma população grande e crescente no município, deve encontrar resistência de alguns legisladores conservadores.

Vale relembrar que teve vereador nesse mandato, que entrou com projeto para vedação do ensino de ideologia de gênero para crianças e adolescentes na rede de ensino do município. O projeto – verdadeiro desserviço social – servia: para o vereador ganhar crédito em sua comunidade eleitoral; para desviar a atenção sobre o tema; e contribuir ainda mais para o preconceito e a discriminação.

E não é para tirar o direito da existência desses representantes, mas para que eles não sejam sempre a maioria.

O seu voto é a oportunidade de mudar isso, de dar voz aos representantes de outras classes, culturas, comunidades etc. A Câmara Municipal precisa ser representada pela diversidade, para não ficarmos refém de uma visão monocromática que há tempos impera.

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