A CPI da Covid, criada em 27 de abril de 2021, integrada por 18 senadores (11 titulares e 7 suplentes), com prazo inicial de duração de 4 meses e 15 dias e que já foi prorrogado por mais 60 dias, após uma interrupção de oito dias, em função das comemorações do 7 de setembro, retoma suas atividades nesta semana, com depoimentos considerados importantes.
Depois de quatro meses de trabalho, a CPI da Pandemia entra na reta final. O prazo para encerramento da comissão é novembro, mas o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), pretende entregar o parecer ainda neste mês de setembro. Os senadores que integram a comissão, porém, querem ouvir muitos depoentes e analisar documentos.
CPI tem depoimentos-chave nesta semana
Dois dos mais aguardados depoimentos da CPI da Pandemia estão marcados para esta semana. Ambos têm relação com o escândalo da fracassada compra da vacina indiana Covaxin, com intermediação da Precisa Medicamentos. Na próxima terça-feira (14/09), a comissão conta com a presença de Marcos Tolentino da Silva; e na quarta-feira (15/09), com a de Marconny Albernaz de Faria.
Tolentino é acusado de ser sócio oculto da FIB Bank, empresa que se apresentou como fiadora no contrato da Precisa e que, apesar do nome, não é uma instituição financeira. Ele seria ligado ao deputado federal Ricardo Barros (PP-RR), líder do governo na Câmara, apontado como articulador de negociações sob suspeita de irregularidades.
Marconny Albernaz de Faria, por sua vez, teria atuado como lobista para viabilizar o contrato da Precisa com o Ministério da Saúde.
Marconny deveria ter sido ouvido pela CPI em 2 de setembro, mas na véspera apresentou um atestado médico e não compareceu à audiência. Ele também havia recorrido ao STF para não depor, mas o pedido foi negado. O depoimento foi solicitado por Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI.
Na quinta-feira (16), a cúpula da CPI pretende concluir os trabalhos da semana ouvindo a advogada Karina Kufa , que defende membros da família Bolsonaro. Embora o depoimento ainda não esteja confirmado, a intenção de Aziz é que a advogada explique a relação com Faria e o suposto envolvimento em negociações do Ministério da Saúde.
Autor do requerimento de convocação da advogada, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, Rede-AP), destacou que a convocação não se deu pelo trabalho dela junto a Bolsonaro, “e sim pelos diálogos que ela teve com vários lobistas que estão sendo investigados nessa CPI”.