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Vendas de motos superam as de carro no país pela 1ª vez em mais de 30 anos

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Pela primeira vez em mais de 30 anos, as vendas de motos superaram as de carro no país.

É uma atrás da outra, como numa sinfonia da cidade grande. E tem mais gente entrando na disputa por esse corredor. São Paulo, o estado que tem mais de 5 milhões de motos, viu o número de primeiras habilitações para a categoria A – de motociclista – crescer 65% de fevereiro a março.

O metalúrgico Everton Maia entrou na autoescola de olho nas oportunidades que se abriram com os aplicativos de entrega: “Um dia, futuramente, eu posso querer ser autônomo. Porque a renda é boa, né?”

“Por conta do custo-benefício, e também as pessoas querem um meio de locomoção mais rápido, econômico”, diz Adriana Reis, instrutora de autoescola.

O país vive um recorde de emplacamentos sob duas rodas. No mês passado, foram 110 mil, uma alta de 76% na comparação com março do ano passado. Já no caso dos carros, houve uma queda de 23%.

É a primeira vez que o segmento de motocicletas supera o de carros, desde que a federação que representa o setor de distribuição de veículos no Brasil começou a fazer o levantamento, em 1986. A alta nas vendas vem, principalmente, da linha mais popular.

“Eu já estou de olho em outra moto. Prefiro ter uma moto do que um carro, porque o IPVA do carro é caro, para na rua e não tem muito espaço”, afirma o artesão Alexandre Cavalcante.

O cenário mudou tanto que as pessoas que procuram por moto precisam enfrentar fila de espera. Uma loja oferece 16 modelos e só um deles tem pronta-entrega. O cliente precisa esperar no mínimo 30 dias para receber a moto. E a oficina que tem na loja passou a trabalhar apenas com agendamento por conta do aumento na procura por serviços de reparo.

É um setor que aqueceu com a pandemia. “Toda vez que há uma dificuldade econômica, uma crise, o produto motocicleta vem como uma ótima alternativa. Porque é um veículo barato, de custo menor e muito econômico, principalmente nesse momento de alta de combustível, de custos altos”, diz o gerente-geral Roberto Vaitekaites Neto.

Quem estuda o tráfego nas grandes cidades lembra que a moto também tem atraído os que querem evitar o transporte público.

“Um fator também que não pode se desconsiderar é o tempo de espera para o usuário de ônibus. o intervalo de espera nos pontos de parada é cada vez maior, nos terminais também. Isso é muito estressante – esperar de madrugada, de noite, em um ponto. A moto resolve isso”, afirma Sérgio Ejzenberg, engenheiro e mestre em Transportes.

Fonte: G1 Jornal Nacional

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