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Ex-prefeito afastado por corrupção em Porto Seguro comemora prisão de Lula.

O que indigna é o discurso e a satisfação do ex-prefeito com a prisão do ex-presidente Lula, posando de bom samaritano, de pessoa extremamente íntegra, de reputação ilibada, com trajetória política invejável.

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O ex-prefeito afastado pela CGU (Controladoria Geral da União), Ubaldino Júnior, comemorou, em grande estilo e estardalhaço, a prisão do ex-presidente Lula.

Uma prisão considerada injusta e política, por toda a imprensa internacional, alvo inclusive, de fortes críticas de organizações internacionais como a ONU, e que tem no país, o pleno apoio da grande mídia nacional juntamente com os setores conservadores da sociedade brasileira, como os ruralistas, grandes empresários e as oligarquias que vinham se revezando no poder, com o bastão sendo passado de avós para filhos e netos, numa versão moderna e tupiniquim de monarquia tropical.

O que indigna é o discurso e a satisfação do ex-prefeito com a prisão do ex-presidente Lula, posando de bom samaritano, de pessoa extremamente íntegra, de reputação ilibada, com trajetória política invejável.

Não seria preciso relembrar aqui quem foi o hoje radialista e articulista político Ubaldino Júnior, porém, como o próprio não tem a humildade, abusa da arrogância, da prepotência e da impunidade criminal que se beneficiou, além de que, boa parte da juventude de Porto Seguro, assim como novos moradores que se estabeleceram na cidade não vivenciou os fatos da época, vamos fazer esse exercício mental.

O ex-prefeito Ubaldino Júnior foi afastado em maio de 2003- quando exercia o seu segundo mandato-, pela CGU (Controladoria Geral da União), na época comandada pelo ex-governador, senador deputado e vereador da cidade de Salvador, pelo PT, Valdir Pires.

Valdir Pires, um político muito respeitado, com uma trajetória política irrepreensível, foi quem apadrinhou e chancelou as diversas candidaturas do jovem e promissor político Ubaldino Júnior, como deputado estadual, federal e prefeito de Porto Seguro, tendo inclusive participado, na época, como senador, de diversos comícios e eventos patrocinados pela entusiástica campanha do ex-prefeito afastado.

Aconteceu que o senador Valdir Pires tornou-se governador da Bahia e numa decisão política infeliz, largou o governo da Bahia e se candidatou a vice- presidente da república na chapa do saudoso e íntegro, Ulisses Guimarães, sendo fragorosamente derrotado nas urnas.

Pois bem! Com a derrota de Ulisses Guimarães, o nobre governador ficou sem mandato, enquanto isso, o nosso caudilho local, venceu as eleições para prefeito e vinha se consolidando como grande liderança política do extremo sul baiano.

Ocorre, que numa decisão gananciosa e desrespeitosa a todos os seus eleitores, o ex-prefeito afastado Ubaldino Júnior, de olho na liberação de verbas institucionais, devido às comemorações dos 500 (quinhentos) anos do Brasil, traiu o voto e a esperança do povo, aliando-se, sorrateiramente, ao grupo de ACM- Antonio Carlos Magalhães-  na operação denominada “Aliança Forte”.

A operação decepcionou e comprometeu todo o trabalho das oposições realizados na região sul da Bahia, onde a família “Pinto” gozava de extrema representação política, com a conquista, por familiares, de diversas prefeituras, e com fortes aliados em cidades importantes da região.

Num mesmo momento, Lula ganhou as eleições para a presidência da república, e nomeou como Secretário Geral da CGU, com status de ministro, o ex-governador Valdir Pires; Deu-se início aí, o calvário e a decadência da outrora e influente família Pinto.

O proeminente e coerente secretário da AGU, nomeado pelo governo do PT, Valdir Pires, atendendo denúncias do ex-vice-prefeito, Aziz Ramos,- já rompido com o alcaide da “Aliança Forte”-, fez uma devassa nos convênios federais celebrados na época, pela prefeitura de Porto Seguro, que culminou com o afastamento do atual radialista e articulista político, Ubaldino Júnior, tornando-o inelegível por prazo, até hoje, imensurável pela justiça, dada a quantidade de processos ainda a serem julgados.

Portanto, caros leitores, não são de se estranhar o ódio e a zombaria com a qual o ex-prefeito afastado trata os fatos relacionados ao ex-presidente Lula.

O fato de estar solto e livre para criticar atos de corrupção, não apaga o passado sombrio do ex-prefeito, e deve-se exclusivamente aos gastos extraordinários com advogados, e à ausência na época de interação e compartilhamentos em redes sociais. A trajetória de Lula, como liderança política,todos conhecem, a do ex-prefeito afastado, aqueles que não conheciam, agora têm ciência.

A satisfação explícita com a prisão do ex-presidente, nada mais é do que a manifestação de um ódio comum a todos aqueles que tiveram seus interesses contrariados com os avanços no combate à corrupção e com a inserção no processo de desenvolvimento político-econômico e social de milhões de brasileiros, sem voz, sem direitos e à garantia mínima de educação e alimentação.

Uma reflexão serena e sensata do momento que o país enfrenta, é o que se espera de políticos responsáveis e que vêm a política como uma atividade limpa, alheia a interesses próprios e direcionada para a solução de problemas coletivos.

A manipulação dos fatos e o revanchismo são comportamentos repugnantes e abomináveis, principalmente, quando externados por pessoas recorrentes ao ilícito, portanto, sem nenhuma idoneidade para cogitá-las.

O ódio… Esse é uma anomalia da natureza humana.

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