Vereadores se retiram da sessão e presidente prossegue reunião, mesmo sem quórum.
A reportagem do Jojo Notícias apurou que a obstrução continuará, enquanto o presidente da casa, Evaí Fonseca, teimar em não pautar a emenda ao projeto apresentado por parte dos vereadores que barra sua reeleição.
Numa ação inédita na história da câmara de vereadores de Porto Seguro, dez vereadores abandonaram a sessão e inviabilizaram sua continuidade.
O fato aconteceu nesta quinta-feira, 28/06 e demonstrou, mais uma vez, a insatisfação e descontentamento da maioria da casa com a gestão do atual presidente Evaí Fonseca.
Bastante questionado por parte da mídia local, denominada pelo presidente de “imprensa do mal”, pelo fato de noticiar e denunciar o excesso de decisões monocráticas ( sem a participação dos vereadores) que, embora legais,- o cargo lhe permite-, são consideradas imorais, como o caso da contratação da locação do painel eletrônico, locação dos automóveis para a casa, contratação de diversas assessorias e um rosário de contratos que, segundo vários vereadores se fossem colocados em votação no plenário, não seriam aprovados; O presidente agora, terá que enfrentar a decisão dos dez vereadores, que prometem não votar nenhum projeto, enquanto o presidente contrariar o regimento interno e não pautar outros projetos de interesse da bancada e da comunidade, já lidos em plenário há mais de trinta dias.
A situação inédita na câmara e mal avaliada pelo presidente tem origem no projeto apresentado por parte da bancada da casa, e que barra a intenção do presidente de se reeleger por mais dois anos.
Para aprovar a malfadada reeleição, é preciso mudar o regimento interno, que a proíbe, e para tal é necessário o apoio de 2/3 dos vereadores (doze); número que o presidente não tem, como ficou demonstrado na atitude dos vereadores na sessão desta quinta-feira.
A mensagem que os dez vereadores passaram é que, além de não desejarem a sua reeleição, desaprovam sua gestão, seu autoritarismo e as manobras políticas do grupo político que representa e se esforça pela manutenção e continuidade do modele administrativo implantado pelo casal “fraternos” em Porto Seguro.
Os vereadores Lázaro Lopes, Rodrigo Borges, Ariana, Élio Brasil, Helio Navegantes, Bolinha, Nido, Cacique Renivaldo, Robério Moura e Bibi Ferraz demonstraram muita coragem e determinação, marcaram posição e deixou claro para o executivo municipal, que não aceitarão mais o desgaste político e pessoal sofrido em função de uma administração, relapsa, omissa, parcial, que se arrasta em investigações em curso, de desvios de recursos públicos e irregularidades em licitações e contratações diversas.
O “racha” na casa está consolidado. A arrogância do presidente na sessão passada quando repreendeu grosseiramente o vereador Lázaro Lopes, quando este solicitou uma questão de ordem a respeito do tema tratado acima, contrariou e inflamou outros vereadores, que resolveram adotar o expediente da “obstrução”. A posição dos vereadores, Dilmo Santiago, Geraldo Contador, Wilson Machado, Van Van, Cido Viana e Robinson Vinhas que hipotecaram apoio ao presidente, permanecendo na sessão, define o tamanho do apoio que o presidente e o executivo têm, no momento, na casa legislativa.
A obstrução, ou trancamento da pauta é um expediente legítimo, previsto no regimento interno das casas legislativas, e eventualmente usado por parlamentares para cobrar e exigir do presidente do parlamento, obediência e/ou observância ao regimento interno e evitar ações prepotentes, autoritárias e desrespeitosas pelo presidente aos demais “edis”.
A reportagem do Jojo Notícias apurou que a obstrução continuará, enquanto o presidente da casa, Evaí Fonseca, teimar em não pautar a emenda ao projeto apresentado por parte dos vereadores que barra sua reeleição.