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Vereadores em obstrução cobram democracia e presidente da câmara declara guerra.

““A” ou “B” pode achar ruim, mas não fui eleito pra agradar ninguém, fui eleito para que os jovens estudem, tenham transporte escolar, para tapar os buracos das ruas, não foi para ter carro de luxo”, completou o vereador.

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Na sessão extraordinária realizada hoje, quarta-feira, 11/07, convocada ontem, por volta das 11horas, os vereadores que vinham obstruindo a pauta, se ausentando das sessões, foram unânimes em cobrar do presidente da casa, Evaí Fonseca, democracia na condução e nas ações de gestão; assim como nos encaminhamentos dos projetos apresentados na casa.

O principal ponto de discórdia diz respeito à emenda, apresentada por parte de vereadores, ao projeto de lei que trata da reforma do regimento interno da câmara.

A polêmica emenda quer evitar que na reforma proposta pelo presidente e, segundo ele, amplamente discutida com os demais “edis”, e acertada sua votação em bloco, aprove a reeleição, majoritariamente repugnada pelos vereadores, e que beneficia o atual presidente

Os vereadores Bolinha, Rodrigo Borges, Ariana, Élio Brasil, Lázaro, Bibi Ferraz e Nido foram duros e bastantes claros em seus pronunciamentos, ao destacarem a ausência de democracia e o excesso do uso das prerrogativas pelo presidente para a tomada de decisões, que claramente desgastam e levantam suspeitas na população em toda a bancada de vereadores.

O vereador Bolinha citou, por exemplo, as locações do painel eletrônico, carros de luxo, construção de uma nova sede para a câmara, dentre outros, como decisões infelizes do presidente que, certamente, se houvessem sido submetidas ao plenário da casa teriam sido rejeitadas.

“Tem movimento na casa que não concordo, quando a casa erra, a culpa é de todos. Não dá pra entender o fechamento de um hospital, sob a alegação de não se poder pagar um aluguel de R$27.000, e ao mesmo tempo contratar um painel eletrônico por R$15.000 mensais”, desabafou Bolinha.

““A” ou “B” pode achar ruim, mas não fui eleito pra agradar ninguém, fui eleito para que os jovens estudem, tenham transporte escolar, para tapar os buracos das ruas, não foi para ter carro de luxo”, completou o vereador.

O vereador Lázaro classificou a sessão como calorosa e dizendo-se feliz pelo desabafo de parte dos “edis”, reafirmou “A democracia é tudo, uns se reprimem, outros falam! Temos que respeitar o que diz a Constituição Federal. Não faço discursos para receber aplausos. Sou fiel á minha consciência”, pontuou o vereador.

Em defesa da obstrução realizada por parte da bancada, da qual ele fez parte, Lázaro nomeou como hipocrisia as propostas defendidas pelos vereadores que contrariaram a obstrução, tais como: diminuição do número de vereadores e do salário dos mesmos, convocação dos suplentes para assumirem o mandato dos ausentes, entre outras. “Apresentem o projeto tratando do assunto que apoiarei”, bradou o vereador.

O vereador Rodrigo Borges, com muita eloquência, foi incisivo ao afirmar que, num discurso raivoso e oportunista, a bancada de vereadores que resistiram à obstrução, tentou jogar os vereadores inconformados com as atitudes do presidente contra os agentes de saúde. “Acusaram-nos de irresponsáveis, mas prefiro ser taxado como tal de que de puxa-saco e fofoqueiro. Meu voto não é de cabresto. Não fui eleito pra fazer amigos. A população precisa de serviços de infraestrutura, de saúde, educação; pra isso fui eleito.” Completou o vereador.

Ainda em seu pronunciamento, o vereador prometeu apresentar um projeto que proíba o executivo de nomear vereadores eleitos para secretarias, abrindo vagas para suplentes que foram rejeitados nas urnas; Caso do vereador e líder do governo Dilmo Santiago.

Rodrigo finalizou citando Izaias-33

“Ai de você destruidor que ainda não foi destruído, que ainda não foi traído. Quando acabar de destruir será destruído; quando acabar de trair será traído”.

O vereador e líder do governo, Dilmo Santiago, num pronunciamento áspero e expressamente raivoso, se defendeu dizendo que não citou nominalmente nenhum vereador na sessão em que advogou a redução do número de vereadores na casa, e o desconto no salário dos vereadores em obstrução. Criticou o vereador Bolinha pelos comentários sobre o fechamento do Hospital Municipal, classificando-a como uma palhaçada. Culpou a legislação eleitoral pela sua condição de suplente, pois foi mais votado que outros vereadores titulares, e, demonstrando muita irritação e contrariedade, cobrou respeito para com ele; “Vocês estão falando com Dilmo Santiago. Eu tenho vergonha na cara. Eu sou homem. Estou pronto para enfrentá-los em qualquer situação”, desafiou o líder.

O presidente da câmara foi no mesmo tom. Abusando de frases e afirmações soltas, o presidente iniciou dizendo que ouviu a todos atentamente, e que agora iria falar; e disparou: “Quando assumi a câmara, aqui tinha funcionário fantasma, coloquei o ponto digital! Eram diversas as irregularidades que venho corrigindo. Tenho tudo anotado. Não me provoquem! Não subestimem minha inteligência! Aqueles que tinham o seu modus-operandi, que tratem com sua quadrilha. Aqueles que são acostumados a roubar, se preparem! Querem guerra terão guerra! Estou amparado pelo regimento”, desafiou o presidente.

O pronunciamento do presidente Evai, evidentemente tinha endereço. As ameaças de revelação de roubos, citações de modus-operandi e quadrilhas, devem ser mais bem esclarecidas. Espera-se que os vereadores cobrem explicações sobre isso. A impressão que ficou é que existem reféns nesse episódio. Como o presidente, após seu pronunciamento, negou todas as questões de ordem solicitadas pelos vereadores; a população perplexa e ansiosa aguarda pelos desdobramentos.

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