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Ritmo dos apoios: veja artistas que defendem Lula e Bolsonaro em cada estilo musical

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Em que ritmo anda o apoio a Lula e Bolsonaro para as eleições de 2022? Se a pergunta for musical, a resposta mostra uma divisão desigual com relação aos estilos dos apoiadores mais populares.

  • O apoio a Bolsonaro (PL) está quase todo concentrado nos cantores sertanejos. A boa notícia para o presidente é que este é o estilo mais ouvido do Brasil. A má notícia, para ele, é que este é o único ritmo em que ele se destaca.
  • Lula (PT) predomina entre os artistas mais conhecidos dos outros gêneros, em especial na MPB, rap e pop.

O quadro abaixo, feito a partir de declarações recentes destes músicos em redes sociais e na imprensa, mostra alguns defensores mais conhecidos de Lula e Bolsonaro em cada gênero:

O ritmo dos apoios musicais

Veja os músicos que apoiam Lula ou Bolsonaro em cada estilo.

O quadro não é uma pesquisa entre todos os músicos do país. O objetivo foi buscar artistas conhecidos, com ao menos 100 mil seguidores no Instagram, que deram declarações públicas e de repercussão em favor de Lula ou Bolsonaro, para saber como é o apoio em cada ritmo.

A comparação foi feita entre Lula e Bolsonaro pois os dois candidatos são os mais bem colocados nas pesquisas mais recentes, como a do Datafolha.

Ciro Gomes, que está em terceiro lugar nas pesquisas, tem dois apoios notório na música pop com voto declarado em 2022 até agora: o roqueiro Tico Santa Cruz e a sambista Alcione.

E entre os artistas mais ouvidos atualmente?

Além da divisão por estilos, o g1 também procurou saber qual é o apoio a Lula e Bolsonaro entre os artistas mais ouvidos no Brasil atualmente.

A lista considerada foi a dos 100 artistas brasileiros em atividade mais ouvidos no país no Spotify na segunda semana de julho. Confira quem defende Lula ou Bolsonaro:

A lista não inclui cantores que já defenderam um dos candidatos em eleições anteriores, mas reconsideram a posição. É o caso do ex-BBB Rodolffo, da dupla com Israel, que escreveu no Instagram que apoiou Bolsonaro em 2018, mas não necessariamente vai manter este apoio.

Quem tem mais seguidores em alta?

A mesma lista dos 100 músicos mais ouvidos no Spotify foi base para outra comparação: quais destes artistas seguem Lula ou Bolsonaro no Instagram?

O ato de seguir um político não indica, necessariamente, apoio à candidatura. Mas a comparação aponta, pelo menos, qual é o interesse por Lula e Bolsonaro entre os músicos mais ouvidos do país.

Os dois lados do posicionamento

A campanha eleitoral de 2022 já começou com alto índice de certeza de voto. Em maio deste ano o Datafolha já apontava que 69% dos brasileiros tinham o voto para presidente decidido.

Já entre os 100 cantores brasileiros mais ouvidos, apenas 12% dos artistas declara apoio a um dos candidatos.

Por que a maioria evita mostrar preferência política? “Normalmente, os artistas que se manifestam acabam atraindo muito ‘hate’ (ódio), xingamentos nas redes sociais e até perdem seguidores”, diz a empresária Fátima Pissarra, dona da agência Mynd.

Eles “evitam se posicionar exatamente para não atrair esses haters e não perderem ‘jobs’ (trabalhos), já que correm o risco de não serem contratados pelas marcas. Uma situação muito triste nos dias de hoje, na minha opinião, quando deveríamos estar sendo incentivados a nos posicionar”, opina Fátima.

“Acho que o caminho da neutralidade não é recomendável para ninguém. Acredito que todo ser humano precisa entender que é natural expressar sua opinião, sem correr o risco de morrer, não ter trabalho ou de atrair ‘haters'”, diz a empresária.

“Quem você vai votar não deveria ser relevante para uma marca te contratar ou não, mas sim quem você é, os assuntos que você endossa e os temas que você discute”, opina Fátima Pissarra.

Pedro Tourinho, empresário e fundador da agência Soko, afirma que “o receio que ainda há em artistas se posicionarem politicamente vem de uma noção dos veículos de mídia de massa mais tradicionais, estabelecida principalmente durante a década de 90, de que qualquer posicionamento político poderia trazer problemas a artistas.”

Isso criou uma classe artística pasteurizada, com medo de errar, que acha que não vale a pena entrar em política e alienada do debate público. Mas isso está mudando”, analisa Pedro.

Marcos Lauro, dono da agência Orfeu, trabalha com artistas da MPB e do rap, onde o índice de posicionamento é maior do que a média. Ele diz que “manifestação política dá muito trabalho”.

“Não adianta o artista só falar que está junto na causa, que concorda ou discorda, sem traduzir isso em atitudes no dia a dia. As pessoas percebem muito facilmente quando a coisa não vem de dentro, quando não é a verdade do artista, só dizendo aquilo pra agradar ou pra ganhar público”, diz Marcos.

Apoio reforça ‘pertencimento’, mas ‘vida real’ conta mais

O apoio público de um artista “não é o fator que está entre os primordiais na campanha”, explicou Mauro Paulino, comentarista político da GloboNews, em participação no”Jornal das Dez” (veja o vídeo completo abaixo).

“O que pesa mais, na elaboração do voto, é de fato o que o eleitor vive no seu dia a dia”, afirma Mauro.

“Mas o apoio de um artista, especialmente esses influenciadores, pode ajudar em um fator que tem um peso também na elaboração do voto, que é a sensação de pertencimento”, ele explica.

“O eleitor, ao perceber que determinados artistas, de uma determinada linha, apoiam um candidato, se gostam destes artistas, podem se sentir pertencentes ao grupo que esse candidato está associado”, diz Mauro Paulino.

“Mas, certamente, o cara que tem um pôster da Anitta na parede, mas por algum motivo não gosta do Lula, não é porque a a Anitta apoiou o Lula que vai votar nele. Da mesma forma, aqueles que gostam dos sertanejos, se tiverem alguma rejeição a Bolsonaro, vai pesar mais forte essa rejeição, que se dá principalmente a partir do que ele percebe da vida real”, ele pondera.

Fonte: G1

 

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