Petrobras perde mais de 100 bilhões com trocas de comando na estatal
As mudanças no comando da Petrobras e a pressão do governo Bolsonaro para que a estatal não aumentasse o preço dos combustíveis, que segue parâmetros internacionais, colocaram um holofote na empresa nos últimos meses. E esse destaque foi sentido no valor de mercado da principal petroleira brasileira. Em dois meses, a Petrobras viu seu valor de mercado cair quase R$ 100 bilhões: do dia 13 de abril, quando José Mauro Ferreira Coelho foi aprovado como presidente da estatal, até 20 de junho, dia de sua renúncia, a variação foi negativa em R$ 93,6 bilhões
A perda de R$ 100 bilhões também quase aconteceu quando se olha para o valor de mercado da empresa em 22 de maio, que era de R$ 475 bilhões e passou para os R$ 379 bilhões registrados ontem. Foram menos R$ 96 bilhões. A comparação de cenários foi realizada com base em levantamento elaborado por Einar Rivero, com apoio da plataforma de análise TC/Economatica. A análise também avalia situações diárias na empresa. De 16 a 17 de junho, quando a Petrobras anunciou um novo reajuste dos combustíveis e foi criticada por Jair Bolsonaro (PL) e Arthur Lira (PL-AL), o valor de mercado caiu R$ 27 bilhões em um dia
As atenções ainda devem se manter voltadas à maior empresa brasileira por mais um tempo. No cenário político, há agora expectativa para a implementação, caso sejam alcançadas 171 assinaturas, de uma CPI da Petrobras. A abertura de uma investigação a respeito dos lucros da empresa foi estimulada por Jair Bolsonaro a sua base aliada no Congresso. Deputados também querem discutir uma possível mudança na Lei das Estatais para facilitar mais mudanças na empresa. O presidente da Câmara, Arthur Lira, sugeriu a publicação de uma medida provisória que trate de impostos relacionados aos lucros das estatais e à formação de seus conselhos deliberativos. O governo avalia
Movimentação na Bolsa As 15h de hoje, os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) eram negociados a R$ 26,95, com uma queda de 2,43%. As ações PETR3 valiam R$ 29,76, com registro de queda de 1,42%. Ontem, no contexto da quarta mudança na gestão da empresa durante o governo Bolsonaro, as ações PETR4, com prioridade na distribuição de dividendos, subiram 1,14%, a R$ 27,62 o papel. As ordinárias (PETR3), com direito a voto em assembleia, tiveram alta de 0,87%, a R$ 30,19
Fonte: UOL/Economia