Flagrante de acúmulo de lixo nas praias de Porto Seguro
Ondas do mar trazem objetos jogados por banhistas e ambulantes
Praia de Taperapuã, próximo à barraca Toa Toa, um flagrante do descaso da população, da falta de educação das pessoas e um perigo para a sociedade. Na foto ao lado, observa-se um buraco com um cano, como se viesse um esgoto, mas não, a saída é do córrego do ribeirão do Rio Village. Esse pedaço da praia enche apenas quando a maré sobe ou quando chove. A água é limpa e tem até peixes. Frequentadores locais contam que pescam camarão, pitu. O grande problema não é a desembocadura do Rio, mas o lixo encontrado. Garrafas, potes e objetos diversos que enfeiam nossa praia e causam danos à natureza.
Um morador que não quis se identificar contou que esses objetos são trazidos pelas ondas do mar junto com as chuvas e que ele observa a falta de conscientização tanto dos banhistas, turistas e moradores quanto dos vendedores ambulantes. “Barracas como Toa Toa contratam muitos funcionários extras em alta temporada para limpar todo o lixo porque as pessoas simplesmente não têm a mínima educação ou preocupação com o meio ambiente”, desabafa.
E este ano tem chovido muito em Porto Seguro, desde o inverno, de Junho até agora, não teve um mês que não caiu uma bela chuva. As chuvas sujam mais o mar, os cientistas não recomendam entrar na água até 24 horas depois de um temporal. A água pode estar contaminada e causar doenças comuns que resultam em febres, vômitos e diarreias ou até hepatite. Águas próximas à saída de esgotos, desembocadura dos rios urbanos, córregos e canais de drenagem também devem ser evitados.
A boa notícia é que apesar de tanta chuva por aqui e do descarte de objetos nas praias, nossos banhistas podem aproveitar esses dias de
férias. Segundo análise do Inema, Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, as praias de Porto Seguro são consideradas Próprias para o mergulho conforme mostra a tabela desta sexta-feira.
Existe um monitoramento de Balneabilidade, isto é da qualidade das águas destinadas à recreação de contato primário, como o mar. Este monitoramento das águas do litoral baiano é realizado pelo Inema durante o ano inteiro, classificando-as como Imprópria ou excelente, muito boa e satisfatória – que estão na categoria Própria.
Para saber se aquela praia está Própria ou Imprópria para o mergulho, os biólogos retiram amostras do mar e contam o número de coliformes fecais, a bactéria mais presente no esgoto, se a quantidade dessas bactérias superar 1000 coliformes a cada 100 mililitros de água em pelo menos duas medições de cinco semanais, a praia é declarada Imprópria. Além das bactérias trazidas muitas vezes através da rede de esgoto, a água do mar também estar contaminada e ser considerada Imprópria quando há a presença de algas tóxicas ou acontece derramamentos de petróleo.