Prédio da “Casa da Lenha” em Porto Seguro permanece fechado e sem finalidade.
Enquanto isso a prefeitura desembolsa altos valores com o aluguel de um imóvel com características totalmente adversas, moderna, com piscina, churrasqueira, que não guarda a menor identidade com o status de Porto Seguro
Um dos prédios mais antigos de Porto Seguro, calcula-se que tenha sido edificado no século XVll, a “Casa da Lenha”, como é conhecida pela totalidade dos moradores de Porto Seguro, foi fechada há quase um ano para reformas e/ou restauração, e até hoje nada
Localizada entre as Ruas São Pedro e Dois de julho o prédio histórico era o local onde os produtos que seriam embarcados ficavam armazenados, facilitando a operação de embarque devido à sua proximidade com o Rio Buranhém.
Durante várias gestões, a “casa da lenha” funcionou como gabinete do executivo municipal, e, na atual gestão, a prefeita Claudia Oliveira fez o mesmo, entretanto, há mais ou menos 14 meses, o prédio foi fechado para reforma, de acordo versão da prefeitura à época, e encontra-se fechado até hoje, sem nenhum indício de que algo esteja sendo feito na edificação.
Enquanto isso a prefeitura desembolsa altos valores com o aluguel de um imóvel com características totalmente adversas, moderna, com piscina, churrasqueira, que não guarda a menor identidade com o status de Porto Seguro, como terra mãe do Brasil, para alojar o gabinete do executivo municipal.
Procurado pela nossa redação para explicar essa situação esdrúxula, a administração municipal, através do Secretário de Comunicação, Cézar Aguiar, justificou o fato alegando que o IPHAN ( Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) mantém uma vigilância severa e excessivamente burocrática sobre o patrimônio histórico nacional, o que dificulta bastante as iniciativas de reformas e adequação de ambientes nas instalações.
Ainda, segundo o secretário, a ideia da administração é transformar o local em um museu que contaria a história de Porto Seguro.
Esta versão não condiz com a alegação de excesso de burocracia por parte do IPHAN, pois a intervenção para transformá-la em museu, não exigiria reformas, muito menos adequações; bastaria restaurar o existente.
O que nos deixa perplexos é a morosidade com que a prefeitura trata assuntos relevantes e que oneram, em muito, a administração e a população.
Foi assim com o hospital que fecharam, com a promessa de construção de outro, e nada! Com os postos de saúde acabados, com a promessa de inaugurá-los, e nada! Com o Centro de Zoonoses pronto e abandonado, estradas sem manutenção, com máquinas e equipamentos parados em galpões, Raios X encaixotados esperando Coelba instalar transformador. Uma espécie de “Mulher de Pedro pedreiro, esperando um filho, pra esperar também”.
Nossa reportagem procurou o IPHAN para se manifestar, mas não obteve resposta.