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Demarcação do território indígena “frustra” Pataxós de Barra velha

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O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) espera demarcar 13 territórios indígenas ainda neste mês de janeiro e uma das zonas analisadas pela ministra Sônia Guajajara (PSOL) é a Aldeia Velha, em Porto Seguro, na região da Costa do Descobrimento. A análise não atendeu as expectativas do povo pataxó do território indígena de Barra Velha, localizado no mesmo município, que também aguardava ser reconhecido pelo governo federal.

Um dos coordenadores do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Haroldo Heleno, explicou ao Bahia Notícias que os pataxós de Barra Velha tinham a expectativa da demarcação, pois a única documentação pendente é a assinatura da carta declaratória, que reconhece o território oficialmente e está “parada” desde 2020.

A grande expectativa do pessoal na verdade era o processo de demarcação de Barra Velha, os pataxós cobram isso há muitos anos. Eles estão aguardando apenas a assinatura da carta declaratória. A Aldeia Velha é bem menor, não deixa de ser importante, mas a expectativa era Barra Velha”, afirmou Haroldo.

O território de Barra Velha soma mais de 9 mil hectares e cerca de três mil indígenas, enquanto Aldeia Velha ocupa uma área quatro vezes menor, com, aproximadamente, 2 mil hectares de terra e com um pouco mais de 900 indígenas na região.

Outro fator importante levado em consideração é a violência vivida pelos pataxós de Barra Velha. Responsável pela região, um dos conselheiros do Cimi, que preferiu não se identificar, contou que, apenas na região Extremo Sul da Bahia, houve nove assassinatos de indígenas ao longo de 2022, além de 100 ataques apenas no território de Barra Velha.

“Nos últimos anos, Barra Velha entrou no cenário da violência praticada por grupos armados. Em 2022 foram mais de 100 ataques, os ataques foram sistemáticos, teve dias que aconteceram mais de 10. Só no ano passado, no Extremo Sul, foram nove indígenas mortos dentro dos territórios. Essas violências foram para nos desestabilizar e estabelecer um clima de terror na região”, explicou o conselheiro.

Fonte: Bahia Notícias

 

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