Um indígena foi baleado nas costas, em uma propriedade rural ocupada em Barra Velha, na cidade de Porto Seguro, no extremo sul da Bahia. Segundo a Polícia Militar, o caso aconteceu na terça-feira (30), um dia depois que os Pataxó chegaram no local, na segunda (29). Não há informações sobre o estado de saúde da vítima.
Ainda conforme a PM, os indígenas contaram que um grupo de homens chegou no local atirando contra eles. Ninguém foi preso.
Além do homem que foi baleado durante a ação, um outro indígena desapareceu. Após buscas, ele foi encontrado na quarta-feira (31) à noite, escondido em uma região de mata.
Os tiros aconteceram na mesma noite em que o Projeto de Lei 490, conhecido como marco temporal das terras indígenas, foi votado na Câmara de Deputados em Brasília.
A ocorrência foi registrada nas polícias Civil e Federal. Na quarta-feira (31), a coordenação do Movimento Indígena da Bahia encaminhou uma carta com um pedido de ajuda ao Ministro da Justiça, Flávio Dino. No material, eles pedem que a Polícia Federal assuma as investigações de conflitos na região.
O Movimento também pediu uma audiência com o ministro, para discutir a segurança do território junto com uma comitiva de lideranças indígenas.
Crimes contra indígenas na Bahia
Segundo o Movimento, quatro indígenas foram assassinados em Barra Velha em 2023. A região é palco de disputa entre indígenas e fazendeiros há anos e, em 2022, uma força tarefa da Secretaria de Segurança Pública foi instaurada para manter a segurança.
Em 2022, ao menos seis indígenas foram mortos no sul e no extremo da Bahia. Dos seis casos, dois aconteceram em Porto Seguro, na localidade de Ponta Grande e na Aldeia Novos Guerreiros.
A Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, chegou a criar um gabinete de crise para acompanhar conflitos na Bahia.
Por Informações: G1 Bahia
