O União Brasil oficializou nesta terça-feira (31) em Brasília a pré-candidatura do deputado federal Luciano Bivar (PE) à Presidência da República.
Presidente da sigla com mais recursos na corrida eleitoral de 2022 (nos cálculos do partido, o montante pode chegar a R$ 1 bilhão), Bivar teve o nomereferendado pela Executiva Nacional do partido em abril.
Na ocasião, o União Brasil chegou a articular com MDB, PSDB e Cidadania o lançamento de uma candidatura única, mas a sigla decidiu deixar o grupo e lançar uma “chapa pura”.
O União Brasil é resultado da fusão entre o PSL, partido pelo qual o presidente Jair Bolsonaro (PL)se elegeu em 2018, e o DEM.
Integrantes da legenda divergem, porém, nos bastidores, sobre a candidatura de Bivar. Uma ala avalia que o deputado pode eventualmente retirar o nome da disputa, enquanto outra defende a manutenção da candidatura, mas com a possibilidade de filiados apoiarem outros candidatos.
O evento de lançamento da pré-candidatura de Bivar chegou a ser suspenso por três vezes devido a problemas no fornecimento de energia elétrica. Durante a falha técnica, a transmissão também foi paralisada.
Em seu discurso, Bivar defendeu que “nem esquerda, nem direita, é hora do União Brasil”.
Terceira via
Na semana passada, o MDB reiterou o nome da senadora Simone Tebet (MS) como pré-candidata do partido ao Palácio do Planalto. O Cidadania apoia a senadora, que ainda busca convencer o PSDB a também apoiá-la.
Até então pré-candidato do partido, João Doria, desistiu da disputa por não contar o apoio da própria legenda.
O prazo para que os candidatos sejam definidos pelos partidos em convenções eleitorais vai de 20 de julho a 5 de agosto. O registro das candidaturas poderá ser feitoaté 15 de agosto.
Segundo a pesquisa Datafolha mais recente, divulgada no último dia 26, o ex-presidente Lula (PT) lidera com 48% das intenções de voto, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com 27%; Ciro Gomes (PDT), com 7%; André Janones (Avante), com 2%; e Simone Tebet (MDB), com 2%.
Conforme o levantamento, Luciano Bivar não pontuou.
Segunda tentativa
Se confirmada a candidatura neste ano, será a segunda vez que Luciano Bivar tentará se eleger presidente. Na primeira tentativa, em 2006, Bivar disputou pelo então PSL, à época como o candidato com maior patrimônio declarado.
Em entrevistas, dizia ter certeza de que alcançaria o segundo turno. Teve 62 mil votos e ficou com a última colocação no pleito, isso sem considerar Rui Costa Pimenta (PCO), que teve os votos anulados.
À época, em um perfil escrito por ele ao g1, Bivar disse que desejava se candidatar por estar “revoltado” e “indignado”. Defendeu a reforma tributária, com um Imposto Único Federal; a diminuição do Estado; e a manutenção de partidos pequenos.
Dezesseis anos depois, o deputado que a candidatura será focada na defesa de ideais liberais econômicos e democráticos, além da simplificação tributária, com o Imposto Único Federal.
Quem é Luciano Bivar
Pernambucano, Luciano Bivar é o atual presidente nacional do União Brasil. Tem 77 anos e é formado em Direito. Ingressou na política na década de 90 ao se filiar ao PL. Antes, presidia o Sport Clube Recife, cargo que ocupou por seis vezes até 2014.
A primeira eleição disputada por Bivar foi em 1992. Ele concorreu ao cargo de prefeito de Recife (PE) e ficou em último na disputa com menos de 6 mil votos.
Em 1997, Bivar trocou de legenda e entrou no recém-criado PSL. No ano seguinte, tornou-se presidente da sigla e, pela primeira vez, foi eleito a um cargo eletivo. Bivar foi o primeiro deputado federal eleito pelo partido. Em 2002, disputou como suplente na tentativa de reeleição de Carlos Wilson ao Senado, que não foi eleito.
Candidatou-se a presidente em 2006, quando ficou em último lugar, com 0,06% dos votos válidos. Em 2014, foi eleito suplente de deputado federal por Pernambuco. Assumiu o cargo em 2017.
No ano seguinte, abriu o PSL para abrigar aliados do então deputado federal Jair Bolsonaro. Com a eleição de Bolsonaro à Presidência, o PSL inflou e elegeu, pela primeira vez, mais de um deputado federal. Entre eles, o próprio Luciano Bivar.
A aliança com Bolsonaro foi encerrada em novembro de 2019 em meio a disputas pelo comando da legenda entre Bivar e a ala bolsonarista. Em 2021, encabeçou as negociações para unir, por meio de fusão, o PSL e o DEM.
Fonte: G1