Não vou sair em defesa de meu colega de trabalho e amigo Josemir Tadeu. Não vou defender meus companheiros de profissão e nem a categoria dos jornalistas como um todo. Não vou perder meu tempo explicando ao presidente da Câmara, Evaí Fonseca, a diferença de uma imprensa livre, que ele insiste em titular como do mal, com a imprensa marrom, da qual o edil sugere ser do bem.
Conheço Evaí, sempre o considerei. Já pedi trabalho para ele algumas vezes, apesar de nunca ter sido atendido, sempre mantive uma boa relação com o vereador. Já fui professor de seu filho na faculdade e nunca tivemos um problema sequer. No entanto, nem o respeito que tenho por ele, pode omitir o que aconteceu na sessão dessa terça-feira, 17 de abril.
O presidente da Câmara, Evaí Fonseca, foi de uma deselegância que não condiz nem um pouco para o cargo que ocupa. Proferiu xingamentos do mais baixo nível até o jornalista revidar e ser expulso por ele da sessão. Nunca vi tamanha baixaria durante uma reunião dos vereadores, e olha, que acompanho a Câmara de Porto Seguro, desde 2007, e o da minha cidade de origem, desde 1998.
A irritação do presidente vem com as matérias que vem sendo veiculadas pelo jojonoticias.com.br, pelo Observatório da Imprensa, e agora com a entrada da OAB na jogada, outros vereadores que discordam dos gastos exagerados que o presidente vem exercendo em sua função, como a locação dos veículos, do painel eletrônico e a construção da nova sede do Legislativo Municipal, se manifestaram em sessão. Evaí está se sentindo mais acuado do que nunca e resolveu em seu despautério, desferir palavras desorientadas próprias de um maledicente.
Agora, o presidente deveria enxergar que sua política de gastos exagerados está prejudicando o município. São inúmeros os problemas de Porto Seguro, para que o vereador gaste R$ 132 mil por ano em aluguéis de carros; para que resolva gastar uma fortuna na construção de uma nova sede do Legislativo, só porque a atual não tem espaço para estacionamento; e sei lá, mais tantos tantos mil para alugar painel eletrônico. Nem um desses casos, existe uma justificativa razoável para se investir tanto dinheiro. Talvez, se fosse Porto Seguro uma Paris, mas não é. Temos hospitais sendo fechados, problemas crônicos de infraestrutura da cidade, na educação, na saúde, enfim, todos os segmentos possíveis e imagináveis possuem prioridades acima desses investimentos feitos pelo presidente da Casa.
A deselegância do edil foi algo que um estado democrático não permite, digno de abertura de decoro. Um papelão que os poucos gatos pingados que se dispuseram a ir à sessão, não mereciam passar.