Seguramente esse não foi o maior e nem o melhor Carnaval de Porto Seguro e quando falo isso, me refiro tanto na quantidade como na qualidade dos turistas. Realmente não participei de muita coisa, mas o que percebi não foi nada bom. O Carnaval da Passarela estava longe dos maiores públicos de outros tempos, pelo menos, foi o que constatei no único dia que passei por lá.
Os comerciantes que conversei no Arraial d’Ajuda não estavam nada satisfeitos com suas vendas. A reclamação era sempre a mesma: “são turistas daqui da região, não vieram para comprar, vieram para beber. Quem vendeu cerveja, lucrou”.
De bom mesmo foram os blocos. Estes sim nunca decepcionam. Dos que eu tive a oportunidade de participar, a Bandeiroza como sempre foi impecável. Os carnavalescos Cláudio e Horácio estavam literalmente pintados pelas Kores de Keko, samba-enredo da escola esse ano. A Bandeiroza sacudiu a Rua Mucugê no Arraial, levando muita energia em seu desfile.
Em Porto Seguro, destaco, principalmente, o Bloquinho que reuniu crianças e adultos numa grande festa e o Bloco Chama África que sacudiu tudo que foi possível com músicas afro e uma mensagem de conscientização negra que extrapola o campo da diversão para um nível cultural e social importante para todos nós. Ver a alegria contagiante de Miriam Silva sempre é motivo de grande satisfação.
No entanto, confesso que o resto do meu tempo livre, passei em encontros espirituais que me rendem muito mais prazer.
O carnaval ainda não acabou, pois ainda temos o Carnaporto, mas como não vou mesmo e a maioria dos que estava aqui também já foi embora, a cidade aos poucos volta sua rotina normal.
Hora de voltar a nossa dura realidade, de uma cidade que ainda padece de infraestrutura, de centenas de problemas que, na qualidade de jornalista, sou obrigado a noticiar e tentar com isso, que as coisas melhorem.