As denominações de ruas, escolas e prédios públicos voltam a ser discutidos na Câmara Municipal de Porto Seguro.
Tema recorrente de inúmeras sessões, a situação incomoda pela constância e o crescente número de projetos de lei nesse sentido, chegando ao limite do absurdo.
Nessa última quinta-feira, 24 de fevereiro, o assunto voltou à tona num embate que envolveu, quase sempre, três vereadores: Vinícius Parracho, Kempes Nevile (Bolinha) e a presidenta da Casa, Ariana Prates.
Vinícius Parracho é claramente contra esse excesso de homenagens que os outros edis fazem. Já chegou a dizer que não votaria mais nesse tipo de projeto, abstendo-se.
Ele e Bolinha sugerem sempre uma discussão mais profunda sobre o assunto.
E argumentos não lhe faltam. A mudança de nome nas ruas, por exemplo, causam problemas enormes para os Correios, serviços de entrega e na orientação das pessoas pela cidade.
Além disso, como o vereador Vinícius comentou na última sessão, tira a homenagem de uma pessoa para passar para outra sem o devido cuidado com a história local, caso do Colégio Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes, de Arraial d’Ajuda, citado pelo próprio vereador, que mudou de nome, recentemente.
Nesse sentido, os referidos vereadores, procuram ser bem sensíveis nessa questão, para que não passe, principalmente para os familiares dos homenageados, algumas ainda enlutadas, a impressão de que eles são contra os homenageados. Na verdade, eles buscam um entendimento entre os edis. No caso do Brigadeiro Eduardo Gomes, que levava o seu nome nessa escola, por exemplo, Vinícius fez questão de dizer que a homenagem foi justa por ele ser detentor de relevantes trabalhos em Arraial e para com a sua comunidade. Além de retirar uma homenagem valiosa, desconsidera a avaliação e votação daqueles que um dia a promoveu, no caso, os vereadores da época.
Defensora desse tipo de projeto, a presidenta da Casa, Ariana Prates, é uma das que mais realiza homenagens desse tipo. Só nessa sessão, ela disparou mais três projetos de denominações.
Ele se justifica pelo simbolismo que a homenagem carrega, pelas pessoas que são agraciadas e pela justiça que se faz à elas, pelos trabalhos relevantes exercidos.
No entanto, o uso frequente dessas homenagens, assim como a “festa” que os vereadores fazem, ao distribuir títulos de cidadão portossegurense, a torto e a direito, quase sempre são lobbys de apoio para determinadas famílias como tática eleitoreira.