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Agravamento da COVID no litoral sul de Porto Seguro é destaque na sessão da Câmara de Vereadores

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O aumento nos casos de COVID-19, assim como as dificuldades para enfrentá-los nas localidades do litoral sul de Porto Seguro, dominou os debates na sessão desta quinta-feira, 02/07 da Câmara de Vereadores local.

A sessão conduzida com muita sabedoria e serenidade pelo vice-presidente, Lázaro Axé-moi, devido à ausência da vereadora e presidente da Casa, Ariana Prates, teve como destaques os vereadores Nido e Cacique Renivaldo que, de forma incisiva e contundente, relataram as dificuldades da população do litoral sul do município no enfrentamento do novo coronavírus.

O vereador Nido, após sugerir à prefeita e aos políticos da região, que desfrutam da intimidade e prestígio junto ao governador Rui Costa, para que sensibilizem o mesmo da necessidade da conclusão no serviço de tapa-buracos na BA-001 que, na semana passada, devido à precariedade da pista, acabou fazendo vítima fatal uma pessoa extremamente querida e conhecida no distrito de Trancoso; voltou a insistir na implantação de barreiras sanitárias na região e revelou que, após reunião com o Secretário de Saúde do município, Kerrys Ruas, que vinha demonstrando uma certa resistência para viabilização da barreira, o mesmo concordou com o pleito, mas que não há pessoal disponível para a operação. Diante do impasse e da urgência do serviço, considerando a flexibilização das atividades econômicas anunciadas pela prefeitura, a partir do dia 15/07, o vereador adiantou que tentará a formação de parcerias com a iniciativa privada (PPP) para que o projeto se concretize.

Já o vereador Cacique Renivaldo desabafou: “discordo das medidas que estão acontecendo na região, especialmente em Itaporanga. Já são 14 casos aqui em Itaporanga. Falam que estão cuidando e que estão atentos, mas não há acompanhamento nem assistência. Pedem para “ficar em casa”, mas não é pra cuidar é pra matar. Isolam as pessoas dentro de casa sem poderem trabalhar. Cadê os recursos para realizarem os testes, para as barreiras sanitárias; Parem de mentir! Vão cuidar da saúde realmente”.

A questão do afastamento da médica Dra. Raíssa Soares do HDLEM, também foram tratados na sessão. Os vereadores Bibi Ferraz e Bolinha defenderam as posições da médica e consideraram injustas e de caráter persecutório o afastamento da mesma. Os dois vereadores vêm na defesa intransigente da profissional, na questão do uso da hidroxocloroquina nos receituários de casos de COVID-19, a verdadeira motivação para que a mesma fosse desligada de suas funções.

Élio Brasil, no seu pronunciamento, não fugiu do debate; elogiou o trabalho da médica, mas ressaltou alguns equívocos da mesma, como o estrelismo e a convocação em redes sociais de pessoal de outros estados, que fazem fronteira com a nossa região, para virem se submeter ao tratamento para o novo coronavírus, em Porto Seguro. “Temos apenas 10 UTIs, quase que 100% ocupadas, como atendermos outros pacientes fora da nossa microrregião, que já atende 08 municípios”, questionou Élio.

Chamou a atenção também o discurso do vereador Cido Viana, que num tom essencialmente conciliador, cândido e angelical lembrou a todos a importância de ter Deus acima de todas as coisas. “Dessa terra nada se leva. Vamos viver a vida, cada momento; respeitar os direitos de cada um. Por que brigar por coisas banais; por inveja, ganância. Vamos deixar que a benção de Deus transborde em nós com a sua paz, sua bondade e sua harmonia”, clamou o vereador Cido Viana.

Por fim, o vereador Lázaro Axé-Moi, com muita maestria na condução dos trabalhos, se desculpou com a bancada governista, que voltou a insistir para que se pautasse o projeto que autoriza o executivo contratar pessoal para a Secretaria de Ação Social. “Em respeito à presidente Ariana, a quem coube a definição da pauta desta sessão, não posso deferir este pleito. Espero a compreensão de todos”, explicou, cordialmente, o vereador.

Lázaro também demonstrou solidariedade às demandas apresentadas pelos vereadores da orla sul, acrescentando a necessidade de se manter o serviço de socorristas e bombeiros nas praias dessas localidades, haja vista o elevado número de ocorrências, como afogamentos, registrados nas praias dessa região.

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