Vereadores alegam compromisso oficial para viagem a Brasília no dia do julgamento da prefeita afastada de Porto Seguro.
Santa ingenuidade! Santa coincidência! Santa cara de pau! Bom.. Os leitores que tirem suas conclusões.
Numa explicação bastante tosca e com fortes indícios de coincidência, o presidente e secretário da mesa diretora da câmara de vereadores de Porto Seguro, Evaí Fonseca e Robson Vinhas, respectivamente, justificaram suas viagens a Brasília, justamente no período em que a prefeita seria julgada pelo TRF1, no processo que pedia seu afastamento como medida cautelar para não prejudicar as investigações; como sendo uma viagem oficial para tratar de interesses do município.
Estranha coincidência, ou um estúpido acinte à inteligência dos mortais da terra do descobrimento.
O presidente alega ter ido à Brasília para tratar da liberação da rádio e TV câmara, já o secretário diz que foi tratar de questões referentes às obras da Rua da Linha, no bairro Cambolo.
Meu Deus! Projetos que há anos vêm se arrastando nos discursos nos anais da casa. Coincidentemente, no dia do julgamento do referido processo da prefeita, apresentam avanços que exigem a presença dos vereadores na capital do país.
Santa ingenuidade! Santa coincidência! Santa cara de pau! Bom.. Os leitores que tirem suas conclusões.
Melhor seria apelar para aquele santo do interior de São Paulo, devoto da prefeita, para esclarecer esta dúvida cruel.
Voltando à sessão, no pequeno expediente, à exceção do vereador Nido, que levantou a questão do mega empreendimento Fasano, que vem descumprindo as obrigações contratuais com o município, no que diz respeito á pavimentação de ruas no distrito de Arraial D’ajuda, em contrapartida à liberação da execução de suas obras, os que usaram a tribuna, se limitaram a parabenizar a prefeita pelo retorno ao cargo, ao desempenho do prefeito que esteve no exercício e ao presidente da câmara pelo magnífico trabalho à frente da casa legislativa.
O vereador Nido chegou a solicitar à casa, que encaminhasse requerimento ao executivo municipal, sugerindo a suspensão de concessão de licenças e alvarás, enquanto os responsáveis postergarem o acordado com o município.
O vereador e líder do governo Dilmo Santiago, surpreendentemente, defendeu em seu pronunciamento, o projeto subscrito pelos vereadores Rodrigo Borges, Élio Brasil, Nido, Bolinha, Lázaro Lopes e a vereadora Ariana, que reduz as férias dos vereadores de 90 (noventa) dias para 45 (quarenta e cinco dias), alegando que a redução traria substancial economia aos cofres municipais, sem mencionar os aspectos ético e moral da aprovação do projeto.
Por fim, o vereador e presidente da casa, Evaí Fonseca, repreendeu o líder do governo por suscitar questões do regimento interno da casa no plenário, defendendo o exame dessas questões internamente, insistiu no caráter oficial da viagem a Brasília, reiterou as ameaças de processos à imprensa livre e do “mal”, apostando que as bravatas silenciarão os veiculadores das denúncias, e comemorou, num ato falho e desprezível, a perseguição implacável a empresários que ousam dar voz aos movimentos sociais, associações, sindicatos e setores da sociedade que resistem, apóiam e acreditam nos fatos denunciados e revelados pelas autoridades federais.
De concreto, restou aos presentes na sessão, a revelação do vergonhoso conluio em orquestração de ações de perseguição, estabelecido pela presidência da câmara e o executivo municipal, contra aqueles que contrariam, condenam e denunciam as farras e extravagâncias dos que se julgam poderosos e impunes.