Nono dia de paralisação: reflexos em Porto Seguro
Não há combustível, não há aula e nem o gás de cozinha. O transporte público só circula em poucos horários e com a frota reduzida. A situação só se agrava na medida em que a greve perdura.
A paralisação dos caminhoneiros chega ao seu nono dia, e a população sente os impactos de maneira cada vez mais forte. É arriscado afirmar até quando a greve irá durar ou até que ponto seus efeitos irão atingir a população. Certo é que na medida em que se prolonga no decorrer dos dias mais se agrava a situação. Nesta altura, a população Porto Segurense sente na pele suas consequências.
A ausência total de combustível nos postos faz a maioria dos motoristas deixarem seus carros nas garagens. É nítida e perceptível uma diminuição maciça no fluxo de veículos nas ruas.
Não é diferente com o transporte coletivo, que hoje só circula de hora em hora entre às 05h e às 10h e entre às 16h e às 20h, com frota reduzida. Nesta manhã de terça feira os ônibus passavam pelos pontos abarrotados de passageiros de forma que era impossível parar para que outros passageiros pudessem embarcar. As pessoas que iam ficando para trás tiveram que esperar por outro ônibus que só iria passar uma hora depois. Algumas poucas lotações que ainda circulam cobram preços bem acima do comum.
Vários trabalhadores não conseguiram chegar em seus respectivos trabalhos nos horários certos, sobretudo aqueles que moram nos bairros mais distantes do centro. Os estudantes ficaram em casa em virtude da suspensão das aulas (confira aqui).
Nos supermercados só se encontram produtos que podem ser estocados. Alimentos perecíveis, verduras e legumes, frutas, hortaliças, dente outros, há muito sumiram das prateleiras, de forma que os consumidores encontram extrema dificuldade para achar alguns alimentos que antes faziam parte da alimentação diária.
O tão essencial gás de cozinha não é encontrado desde o último sábado, quando foi vendido em alguns locais por absurdos R$175,00.
O Poder Judiciário está parado e os prazos suspensos. A Prefeitura anunciou a reordenação de vários serviços básicos em razão da falta de combustível, tais como coleta de lixo e transporte escolar.
Embora os protestos tenham diminuído em alguns estados, a paralisação ainda continua e seus reflexos certamente irão se avolumar nos próximos dias. Mesmo que a greve não se estenda por muito tempo e chegue ao fim logo, ainda assim a normalização dos serviços básicos e o abastecimento dos mais diversos setores demandariam tempo. Poucas categorias tem o poder de parar o Brasil por completo, e certamente a dos caminhoneiros é uma delas.