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Mulher de Dom Phillips diz que corpo do jornalista e do indigenista e Bruno Pereira foram encontrados

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A mulher de Dom Philips, Alessandra Sampaio, disse que o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, que estavam desaparecidos desde domingo (5), no Amazonas, foram encontrados mortos.

A informação ainda não foi confirmada pelas autoridades brasileiras.

O desaparecimento deles foi divulgado na segunda-feira (6). De acordo com a Univaja, eles deixaram de fazer contato no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no Oeste do Amazonas.

Bruno e Phillips tinham sido vistos pela última vez quando chegaram à comunidade São Rafael por volta das 6h de domingo. No local, eles conversaram com a esposa do líder comunitário apelidado de “Churrasco”. De lá, eles partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas, mas não chegaram ao destino.

“Os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima à localidade chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da FUNAI no rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas”, dizia o texto divulgado pela Univaja, na segunda-feira.

Eles viajavam com uma embarcação nova, de 40 cavalos, e 70 litros de gasolina, o suficiente para a viagem.

Ainda no domingo, a Univaja começou as buscas. Sem obter sucesso, na segunda-feira, a organização indígena acionou as autoridades e divulgou nota à imprensa.

Ameaças

Segundo a Univaja, Bruno Pereira recebia constantes ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores.

“Enfatizamos que na semana do desaparecimento, conforme relatos dos colaboradores da Univaja, a equipe (Bruno e Phillips) recebeu ameaças em campo. A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da Univaja, além de outros relatos já oficializados para a Policia Federal, ao Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International”, destacou a entidade, na segunda-feira

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Quem eram Bruno Pereira e Dom Phillips

Além de indigenista, pessoa que reconhecidamente apoia a causa indígena, Bruno Pereira era servidor federal licenciado da Funai. Ele também dava suporte a Univaja em projetos e ações pontuais.

Em nota divulgada após o desaparecimento, a Funai enfatizou que “ele não estava na região em missão institucional”, porque estava “de licença para tratar de interesses particulares”.

Segundo a nota da Univaja, Bruno era “experiente e profundo conhecedor da região, pois foi Coordenador Regional da Funai de Atalaia do Norte por anos”.

Phillips e Bruno faziam expedições juntos na região desde 2018, de acordo com o The Guardian.

Phillips morava em Salvador e fazia reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos para veículos como Washington Post, New York Times e Financial Times, além do Guardian. Ele também estava trabalhando em um livro sobre meio ambiente com apoio da Fundação Alicia Patterson.

Em uma rede social, Jonathan Watts, editor do Guardian, disse, após o sumiço, que o jornal estava preocupado e procurando informações sobre o colaborador.

“O Guardian está muito preocupado e procurando urgentemente informações sobre o paradeiro de Phillips. Estamos em contato com a embaixada britânica no Brasil e autoridades locais e nacionais para tentar apurar os fatos o mais rápido possível”, escreveu Watts.

Famílias

As famílias do indigenista e do jornalista chegaram a fazer apelos pela celeridade nas buscas. A família falou sobre a angústia na espera de notícias e disse que tinha esperança que os dois tinham sofrido um acidente.

A esposa do jornalista inglês Dom Phillips, Alessandra Sampaio, também se manifestou. Em um vídeo gravado com exclusividade à TV Bahia, nessa terça-feira (7), ela se emocionou e falou sobre a esperança de encontrar o marido com vida.

Buscas

Equipes da Marinha, Exército e Força Nacional foram enviadas à Atalaia do Norte para auxiliarem nas buscas. O Governo do Amazonas também enviou uma força-tarefa da Secretaria e Segurança Pública do Estado composta por policis civis e militares, além de mergulhadores do Corpo de Bombeiros.

As buscas contaram, ainda, com o apoio de voluntários e comunitários e indígenas da região.

As forças de segurança usaram embarcações e aeronaves nas buscas.

Fonte: G1

 

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