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Fuga do Presídio de Eunápolis completa um ano: só dois dos 16 fugitivos foram capturados; 14 seguem foragidos

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Há exatamente um ano, Eunápolis foi palco de uma das fugas mais impactantes e controversas já registradas no sistema prisional baiano. No episódio, 16 detentos escaparam do Conjunto Penal de Eunápolis, em uma ação que contou com a participação direta da então delegada e diretora da unidade, Joneuma, cuja atuação criminosa chocou a região e repercutiu em todo o estado.

Passados 12 meses, o balanço da fuga revela um cenário de impunidade e alerta: apenas dois dos 16 fugitivos tiveram seus destinos conhecidos — um foi recapturado e outro morreu em confronto meses após escapar. Os demais 14 seguem desaparecidos, sem qualquer informação concreta sobre seus paradeiros, apesar das investigações policiais e buscas realizadas ao longo do ano.

A fuga que abalou o sistema prisional

A escapada, meticulosamente planejada, expôs fragilidades estruturais e gerenciais do presídio. A participação de Joneuma, que ocupava o mais alto cargo da unidade, foi determinante para o sucesso da ação criminosa. Segundo as investigações, a diretora facilitou a saída dos detentos ao permitir o acesso a áreas estratégicas da unidade e ao coordenar a retirada sem acionamento imediato dos protocolos de segurança.

O caso gerou grande repercussão nacional, tanto pela autoridade envolvida quanto pela coragem dos fugitivos, que conseguiram deixar o local sem resistência significativa. As circunstâncias reveladas nas investigações indicam que a fuga foi planejada por semanas, com o uso de informações privilegiadas.

Diretora presa e parto dentro do presídio

Com a descoberta de sua participação, Joneuma foi presa preventivamente. Durante o período de detenção, a ex-diretora acabou dando à luz dentro do sistema prisional, um capítulo inesperado que adicionou ainda mais dramaticidade ao caso. O nascimento da criança sob custódia estatal levantou debates sobre a presença de mulheres gestantes em celas e as condições estruturais oferecidas a mães privadas de liberdade.

Desde então, o processo judicial contra a ex-diretora segue em andamento, reunindo denúncias que incluem facilitação de fuga, corrupção e associação criminosa.

Um ano depois: dúvidas, buscas e sensação de impunidade

Apesar de diversas operações realizadas ao longo do último ano, a polícia ainda não conseguiu localizar os 14 fugitivos restantes. A dificuldade em avançar nas investigações reforça críticas ao sistema prisional e à falta de investimentos em inteligência e monitoramento.

Para a população de Eunápolis e região, o aniversário da fuga reacende preocupações quanto à segurança e à capacidade de resposta do estado em casos dessa magnitude. Familiares das vítimas dos crimes cometidos por alguns desses detentos ainda cobram uma atuação mais intensa das autoridades.

Um caso que entra para a história da segurança pública na Bahia

A fuga do Presídio de Eunápolis permanece como um dos maiores escândalos da segurança pública baiana na última década — não apenas pela quantidade de fugitivos, mas pelo envolvimento direto da responsável pela administração da unidade. Um ano depois, a sensação predominante é de que o caso ainda está longe de um desfecho, enquanto 14 homens continuam livres e o sistema prisional busca respostas para falhas que permitiram a fuga que, até hoje, marca a memória do extremo sul da Bahia.

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