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Corre-corre em postos de gasolinas, aumento dos preços e escassez de produtos dão o tom dessa sexta-feira

Paralisação dos caminhoneiros e os reflexos em Porto Seguro

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A paralisação dos caminhoneiros desencadeada em todo o país vem causando um prejuízo enorme no país e, em Porto Seguro, também.  Independente do propósito legítimo da greve dos caminhoneiros, apoiada até por quem está sofrendo com ela, o fato é que ela já causa um grande impacto na economia local, além de trazer transtornos em diversos seguimentos.

A causa dos caminhoneiros é amplamente apoiada pela sociedade, basta ver o tanto de postagens nas mídias sociais ou sair entrevistando populares pela rua, assim como fez a reportagem do Jojô Notícias. E não era para ser diferente, a classe dos caminhoneiros, entre outras reivindicações, exige a redução no preço do diesel, com corte total do imposto Pis/Confins. Esse sentimento de pagar um absurdo em postos de gasolina é compartilhado por todos, ou seja, a greve dos caminhoneiros se torna uma luta em comum de todos os brasileiros.

O problema é que, ao invés da população ou grande parte dela, aderir à greve, se posicionando dentro de seu setor e entidades, criando uma ideia, enquanto consciência coletiva, o que se nota é que, apesar desse apoio idealístico, o comportamento social age totalmente antagônico à causa dos caminhoneiros. Haja vista o corre-corre aos postos de gasolina, aos supermercados e em tudo que se possa pensar.

Corre-corre

A preocupação com a escassez de produtos surge primeira nos distritos de Porto Seguro, uma vez que o abastecimento, nem em dias normais, não é por muitas vezes autossuficiente. O arquiteto Andrei Augusto Souza, morador de Porto Seguro, conta que ontem estava pela manhã em Trancoso, e já havia uma grande fila no Posto de Gasolina. “Parecia que eu estava no filme do Mad Max”, cita.

O filme estrelado por Mel Gibson e Tina Thuner nos anos 80 traz um futuro apocalíptico, onde a guerra entre as tribos sobreviventes tinha como pano de fundo, o combustível como grande moeda. Nas devidas proporções, essa realidade foi visualizada por todos que transitaram perto dos postos de gasolina em Porto Seguro.

Na noite da quinta-feira, 24, formavam-se filas e em quase todos os postos já não tinham combustível e, hoje, 25, praticamente, nenhum.

Prateleiras vazias nos hortifrutigranjeiros

Os primeiros a sentir na pele os efeitos da paralisação dos caminhoneiros são os proprietários de hortifrutigranjeiros e sacolões. No final da tarde de ontem já era difícil encontrar uma frutinha sequer em alguma prateleira.

O proprietário de um hortifrutigranjeiro no centro de Porto Seguro, Luís Felipe Inocêncio, conta que seu prejuízo já está em seu bolso ou fora dele, uma vez que o caminhão, que abasteceria seu comércio, está parado na manifestação e os produtos já estragaram. “Nós compramos a mercadoria antes, sabendo do risco, então esse prejuízo é certo”, diz.

O comerciante apoia a paralisação e a legitimidade dela. “O protesto é necessário, mas, infelizmente, somos o que mais sofremos”, relata.

Pelo que conta Felipe, se a paralisação terminasse hoje, até a cadeia comercial – o produtor, o entreposto (Ceasa) e o transporte – se normalizar, demoraria até 10 dias.

Comungando do mesmo pensamento, Ricardo Dias, proprietário de um sacolão, fala sobre a paralisação. “Os outros comerciantes ainda podem tocar seus empreendimentos de acordo com seu estoque, mas nós não temos outro jeito se não fechar nossas portas”, enaltece.

Mesmo assim, ele é a favor da manifestação e paralisação dos caminhoneiros.

O certo é que todo esse rebuliço social para comprar produtos elevou os preços dos combustíveis, das frutas, legumes e verduras, até acabarem, e de tudo que possa imaginar. Baseado na oferta e procura, e no que podemos denominar de “egoísmo” de grande parte da população que saiu desesperadamente às compras e no oportunismo de alguns empresários (que não foi o caso dos entrevistados dessa matéria, que mantiveram o valor de seus produtos até acabarem)  os preços subiram consideravelmente no município e, provavelmente, em todo o país.

  1. Filipe Jason Diz

    Isso sim é uma reportagem! Parabéns a Equipe do Jojo Notícias, dá até gosto ler uma matéria assim!

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