Durante a reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente – CMMA – na manhã da quarta-feira, 14 de novembro, na sede do Centro de Educação Inclusiva e Atendimento – Ceame, um dos conselheiros do distrito, Daniel Bangalter, levantou o triste diagnóstico do lençol freático de Caraíva, distrito de Porto Seguro.
Ele apresentou planos ambientais, estudos e laudos, passando pela história de Caraíva nas últimas três décadas, que levaram ao crescimento desordenado do distrito. O conselheiro destacou a superlotação que acontece no verão, com a presença massiva dos turistas, cuja produção de lixo chega ao surrealismo de 15 toneladas ao dia. “Estamos vivendo uma situação sanitária calamitosa. Caraíva vive essa questão do lixo e as doenças que trazem, principalmente, doenças de pele”, alerta.
Pelo que conta Daniel, o lençol freático está apenas a alguns metros do solo e se mistura com as fossas sépticas, desembocando no rio, causando poluição e, consequentemente, trazendo doenças à população. “Temos estudos que mostram a mudança da qualidade da água ao longo dos tempos”, completa.
Alguns pontos importantes foram apontados na tentativa de reverter a situação como: banir novas construções e segundo pavimentos nas moradias; a instalação de um projeto de saneamento moderno; a proibição de festas etc.
Conforme o conselheiro, o projeto de instalação de saneamento é quem definirá a capacidade máxima permitida de turistas por dia.
O secretário municipal do Meio Ambiente, Bené Gouvéia, lembrou que o distrito está todo inserido num parque nacional e também mostrou as dificuldades que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente tem em impedir tais festas, uma vez que os produtores conseguem autorização na justiça para realiza-las.
Por fim, o secretário deve encaminhar ao Ministério Público a decisão do colegiado para a suspensão de qualquer nova construção em Caraíva.