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Beto Axé Moi, em conjunto com a família Oliveira, é um dos líderes do grupo criminoso, aponta relatório da Procuradoria

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O Jojô Notícias teve acesso ao relatório da Procuradoria do Ministério Público Federal, quanto à investigação da Polícia Federal, da Operação Fraternos, que apura denúncias de corrupção nas administrações Oliveira em Eunápolis, Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, que consta na decisão da Justiça Federal.

E foi essa decisão, a do Tribunal Regional da Primeira Região, da Subseção Judiciária de Eunápolis, que culminou nas prisões de Cláudia Oliveira, Robério Oliveira, entre outros.  Posteriormente, o casal conseguiu habeas corpus, pagou fiança de 100 mil cada um, e segue em prisão domiciliar.

Nossa reportagem debruçou sob as páginas da decisão judicial para entender a participação do ex-vice-prefeito, Beto Axé Moi, no suposto esquema de corrupção.

Beto, que estava foragido e se apresentou logo que conseguiu um habeas corpus para cumprir prisão domiciliar, é citado pelo relatório da Procuradoria do MPF, por sua atuação empresarial, junto de Robério,  acrescentando ao grupo, a organização de festas nos contratos administrativos, que a Procuradoria classificou como “ilusórios”, onde fornecia infraestrutura para as festas de Carnaval, São João e Natal.

Além de contratos superfaturados e do desvio de rendas públicas, as investigações apontaram, segundo MPF, que os acusados atuaram na intermediação do recebimento de valores indevidos pagos aos integrantes do Núcleo Político do grupo.

Beto é citado mais uma vez no relatório, junto de Cláudia, Robério e Agnelo Júnior (prefeito, recentemente, afastado de Santa Cruz Cabrália), como um dos principais articuladores do esquema criminoso e líderes do grupo.

Beto teria participado, em 2016, segundo os autos, na comprovação de desvios de recursos federais para pagamento de pesquisas eleitorais à empresa Gasparetto Pesquisas e Estatística. Robério encomendou a Agenor Gasparetto, responsável pela empresa, a realização de pesquisas eleitorais no interesse e com assentimento de Cláudia e Beto, que formavam a chapa para reeleição em Porto Seguro.

Os serviços de interesse particular foram pagos com rendas públicas desviadas de contratos administrativos.

O MPF ainda registra que, desde 2012, “o então candidato a vice-prefeito, Carlos Humberto Adolfo Gattas Nacif Fonseca Nascimento (Beto Axé Moi), participava das encomendas de pesquisa a Gasparetto”, trecho retirado da decisão.

Em seu email pessoal foi encontrado uma série de orientações a Agenor, para realização de pesquisa de intenções de votos. “Tal fato demonstra sua efetiva participação nas encomendas de pesquisas capitaneadas por Robério Oliveira”, retirado da decisão judicial, que deixa bem claro que os autos comprovaram que Beto, Robério e Cláudia realizaram diversos pagamentos em 2016, com recursos desviados de licitações, por intermédio de outras pessoas, para pagamento de pesquisas eleitorais nas três cidades de interesse do grupo.

E a série de acusações a Beto não param no relatório. “Existem ainda provas robustas apontadas no inquérito policial, que Beto recebeu o valor de R$246 mil de empresas do grupo por meio da Hills Turismo e Viagens”, também retirado da decisão.

A Polícia Federal registrou que ao realizar busca na empresa OPF construções foi encontrado um papel manuscrito com o nome de Beto Axé Moi, vinculando um valor de R$41 mil. “Tal fato é indício de que o representado recebia recursos desviados da municipalidade”, trecho retirado da decisão.

Beto também foi citado noutra denúncia, envolvendo as seis pessoas que a Polícia Federal realizou mandado de prisão no início desta semana, incluindo Robério e Cláudia, que culminou, segundo a investigação, no desvio e ocultação de recursos públicos que chegam a quase meio milhão de reais, oriundo de concorrências públicas.

Por fim, segundo a investigação da Polícia Federal, o nome de Beto aparece na aquisição da casa de Cláudia Oliveira no Outeiro São Francisco.

A casa, cujo valor ultrapassa um milhão de reais, teve pagamento de entrada de R$ 408 mil pela empresa Eletromusic e de R$50 mil pela sociedade Trevisol Transporte.

O proprietário da Trevisol, quando ouvido pelos policiais federais, disse que o cheque foi dado por ele, a pedido de Beto Axé Moi. Os outros valores, segundo os policiais, foram pagos sem saber a origem dos recursos, utilizando-se de interpostas pessoas para o pagamento.

Parece não ter fim, a série de acusações ao ex-vice-prefeito, Beto Axé Moi, que já foi presidente da Câmara Municipal de Porto Seguro, e é um dos empresários mais influentes da cidade, proprietário da maior barraca de praia do município e da promoção de grandes festas na região.

A reportagem do Jojô Notícias está aberta, como sempre, para a defesa de todos acusados citados na matéria, incluindo, obviamente, Beto Axé Moi.

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