O X Congresso dos professores que se iniciou na tarde de domingo, 15/09 e finda hoje, 17/09, e que está acontecendo no Centro de Cultura de Porto Seguro, apresenta uma APLB debilitada, apática, vitimada pelos seus próprios erros e conduta.
Embora tenham herdado um sindicato organizado, atento e responsivo às convocações de luta das lideranças sindicais à época, as diretorias que sucederam ao trágico e criminoso assassinato dos jovens Álvaro Henrique e Elisney Pereira, não conseguiram avançar ou até mesmo dá seqüência às pautas de luta dos combativos e aguerridos líderes assassinados. O plano de cargos e salários, bravamente e corajosamente cobrado por Álvaro, passou a ser a única e exclusiva bandeira das novas lideranças. Pautas de luta como melhoria da qualidade do ensino, melhores condições de trabalho, efetivação de contratados e melhorias salariais do pessoal de apoio passaram pra um segundo plano.
Com a revolta da categoria e a grande comoção social que se abateu sobre a sociedade com os assassinatos dos professores; a administração municipal, rapidamente, atendeu às reivindicações salariais da categoria, silenciando-a e abortando um movimento que, certamente, não se contentava apenas com as conquistas salariais; se preocupava também com os aspectos periféricos da educação local e com as questões sociais da população brasileira.
A APLB local falhou na luta por justiça pelo assassinato de Álvaro e Elisney, e fracassou na renovação de bandeiras de luta para um sindicato promissor e que, por definição, deveriam estar afinados e identificados com as lutas políticas e sociais da sociedade num todo. A cobrança sistemática, constante e implacável por justiça no caso dos assassinatos é uma bandeira que jamais deveria envelhecer. Levantá-la em momentos esporádicos, além de uma traição aos companheiros que doaram seu sangue ás conquistas salariais ora vivenciadas, é um desrespeito às famílias sacrificadas e à sociedade dependente dos movimentos organizados
Os salários dos professores da rede de educação do município foram contemplados e são destaques na região e no Estado. Uma conquista justa e merecida para tão nobre profissão. O que se cobra do sindicato é um posicionamento combativo e associado à outras reivindicações que permitam avanços sociais na só da categoria, mas à toda comunidade. Alinhar-se à uma administração corrupta e investigada por autoridades federais por desvios de milhões dos cofres públicos, inclusive da educação, em troca de concessões financeiras e patrimoniais, como cessão de áreas nobres para construção de sede própria, não deveria ser pauta de negociação entre partes interessadas. Renunciar às lutas inerentes à uma agremiação sindical e restringir a participação e alternância no poder da instituição, são alternativas capciosas e que contradizem os objetivos de uma entidade idealizada com princípios democráticos e que há dez anos teve uma voz silenciada covardemente, até hoje impune.
Reflexão e autocrítica se fazem urgente, Não dá pra pensar num sindicato com perfil aristocrático, encastelado, tipo patronal, afastado da sociedade, representando a educação do município. É preciso criar espaço para que novas lideranças floresçam, sem recalques e ressentimentos. A renovação é saudável e necessária.
Veja abaixo carta aberta à população divulgada pela APLB: