Com desempenho pífio no IDEB, APLB-Porto Seguro fala em greve e aumento salarial; critica prefeito Jânio Natal

Porto Seguro, uma das principais cidades turísticas da Bahia e do Brasil, está enfrentando uma crise sem precedentes na educação. O município teve um baixo desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que mede a qualidade do ensino no país.

Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), Porto Seguro obteve uma nota de 4,8 nos anos iniciais do ensino fundamental, abaixo da meta nacional de 5,2. Nos anos finais, a nota foi de 3,6, bem inferior à meta de 4,8. No ensino médio, a situação foi ainda pior: a nota foi de 2,8, a mais baixa da região e muito distante da meta de 5.

O prefeito Jânio Natal se disse envergonhado com esse resultado e atribuiu a culpa às gestões anteriores que foram coniventes com as exigências salariais da APLB, sem retribuição nas salas de aulas , o que teria deixado a educação municipal em um estado deprimente. Em pronunciamento na noite deste sábado (26/08), durante a entrega das novas instalações do Tratamento Fora do Domicílio (TFD) de Porto Seguro, o prefeito afirmou que está trabalhando para melhorar a qualidade da educação e que já adotou medidas como a reforma de escolas, a distribuição de kits escolares e a adesão ao piso salarial nacional dos professores.

No entanto, o prefeito também criticou a greve anunciada pelos servidores da educação, que reivindicam um aumento salarial de cerca de 8%%. Segundo Jânio Natal, essa greve é injustificável e prejudicial aos pais, crianças e adolescentes que já foram afetados pela pandemia.

O prefeito disse que não há recursos para conceder esse aumento e que já está no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ele também lembrou que foi o primeiro prefeito da região a aderir ao aumento salarial concedido pelo governo federal anterior e que a APLB-Sindicato, entidade que representa os trabalhadores em educação, nunca se manifestou sobre isso.

A APLB-Sindicato, por sua vez, contesta os argumentos do prefeito e insiste no aumento salarial, tentando arrastar outros servidores de outras áreas, cujos salários, nem de longe, se equiparam com os vultosos salários da cúpula da APLB.

Enquanto isso, o prefeito anunciou a criação do programa PFF (Porto Para o Futuro), que prevê investimentos superiores a 200 milhões de reais em diversas áreas, como saúde, infraestrutura, turismo e cultura. Segundo o prefeito, os recursos já estão em caixa e serão aplicados em obras e projetos que vão transformar Porto Seguro em uma cidade modelo para o Brasil. O prefeito disse que o programa vai gerar emprego e renda para a população e que vai beneficiar também a educação.

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