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Padre que debochou de orações de Gilberto Gil para Preta pode ser proibido de rezar missas; entenda

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O Padre Danilo César, que debochou de orações pela saúde de Preta Gil após a morte da artista, pode ser proibido de presidir práticas religiosas, caso seja condenado pelo crimes de intolerância e racismo religioso. Na segunda-feira (13/10), o g1 confirmou que Gilberto Gil vai processar o religioso e pedir uma indenização de R$ 370 mil por danos morais.

As ofensas foram ditas em 27 de julho deste ano, durante uma missa da Paróquia São José, em Areial, cidade no interior da Paraíba. O religioso criticou o fato de Gilberto Gil ter feito uma oração aos orixás, divindades centrais nas religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda.

“Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê o poder desses orixás que não ressuscitaram Preta Gil?”, debochou o padre, durante uma pregação que foi divulgada nas redes sociais.

A advogada Layanna Piau confirmou, na segunda-feira, que Gilberto Gil e a família acusam o padre de intolerância e racismo religioso e que decidiu formalizar o processo.

Padre Danilo César de Sousa Bezerra, de 31 anos, será processado por Gilberto Gil — Foto: Reprodução/Diocese de Campina Grande/Studio Foto Braga

De acordo com Alan Pitombo, advogado e presidente da Comissão do Combate a Intolerância Religiosa da Ordem dos Advogados da Bahia (OAB), o padre pode ser autuado na Lei 716/1989, conhecida como Lei Caó. A legislação pune discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

A lei foi atualizada em 2023, quando os crimes de racismo e injúria racial foram equiparados, tornando as penas mais rígidas. Na atualização, as redes sociais se tornaram um agravante: caso os crimes sejam cometidos neste ambiente, a pena pode chegar a cinco anos de reclusão.

“Outro fator importante é que o padre cometeu o crime durante uma prática religiosa, o que também pode aumentar a pena e causar uma proibição da prática religiosa”, explicou o advogado.

Para Alan Pitombo, a atualização da lei é extremamente necessária, principalmente no que diz respeito as redes sociais – ambiente onde os crimes de intolerância religiosa, racismo religioso e injúria racial costumam acontecer com frequência.

“As redes sociais acabaram virando um território propicio para isso. Uma agressão a religiosidade é uma agressão a identidade, então traz um abalo emocional muito forte. Com a veiculação pelas redes sociais, isso toma uma proporção ainda maior”, afirmou.

Ainda de acordo com o presidente da comissão da OAB, a ação é pública e o Ministério Público da Bahia pode oferecer denúncia. O g1 entrou em contato com o órgão, mas não teve retorno até a publicação da reportagem.

Fonte: G1 Bahia

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