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Câmara aprova a Lambada como patrimônio cultural, imaterial de Porto Seguro

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A última sessão da Câmara de vereadores de Porto Seguro, em 31/10, aprovou por unanimidade, em 1ª votação, projeto do vereador Robinson Vinhas que transforma a Lambada em Patrimônio cultural e Imaterial de Porto Seguro

A Lambada nasceu da junção de sonoridades já vigentes no solo brasileiro, do forró nordestino, do carimbó amazônico, da Cumbia e do Merengue latino-americanos. No final de 1989 ela chegou ao auge, e depois se deslocou pelo Nordeste até atingir as areias de Porto Seguro, na Bahia, acomodando-se ali na paisagem então quase desconhecida, na qual se fixavam algumas pessoas inventivas e festivas. Em meio a estes elementos propícios, o novo ritmo adquiriu sua natureza sensual e a energia que seduziram o Planeta.

Banda Kaoma, responsável pelo grande sucesso da lambada

A princípio sua modalidade coreográfica era praticada ao ar livre, nas praias, diante das barracas, dia e noite, transferindo-se posteriormente para as salas de bailes. O que mais encantou as pessoas foi a possibilidade de dançar abraçado ao par, como há muito tempo não se via – uma mutação do carimbó, no qual as pessoas se moviam desembaraçadas umas das outras -, o que também constituía uma forma de ensinar aos jovens a arte de bailar coladinho ao parceiro. Nos outros países esta dança brasileira é mais célebre que o próprio samba.

Até desembarcar no Nordeste, a lambada era reconhecida principalmente pela coreografia dos casais abraçados. Este elemento era tão fundamental que, se estivesse ausente da dança em um concurso sério, o par era imediatamente eliminado. Nesta segunda etapa da lambada, quando ela se dissemina por toda parte, a dança marca presença em vários filmes e programas televisivos, figurando até mesmo em novelas e, mais recentemente, no quadro “A dança dos Famosos” do programa do Faustão da Rede Globo.

Depois deste frenesi, porém, este ritmo começa a decair e deixa de ser lançado pelas gravadoras. A música eletrônica domina as pistas e substitui a lambada. A dança também perde espaço, mas sobrevive nas praias de Porto Seguro. A sonoridade inovadora que revolucionou os salões no fim dos anos 80 e imprimiu à moralidade novos parâmetros, resiste na sua face coreográfica, moldando-se a outros ritmos.

Há ainda vários pontos onde se dança exclusivamente a lambada, conhecidos como lambaterias, e mestres de lambada se disseminam pelas mais diversas regiões do Planeta, sobrevivendo unicamente de sua arte. Pode-se afirmar inclusive que esta dança deu impulso à onda das danças de salão, que só tende a crescer em nossos dias. Alguns dançarinos mais talentosos foram, aos poucos, conquistando certo status profissional. Esta nova face da lambada se estendeu por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, e hoje conquista novo impulso em Porto Seguro.

Veja abaixo entrevista com o produtor cultural Andro Ribeiro

Fonte:
http://www.esquadro.com.br/hanibal/zoukbr/historico/historia.htm

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