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Morre ciclista atropelada por juiz que dirigia embriagado com mulher nua no colo

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Um grave atropelamento no interior de São Paulo ganhou repercussão nacional: o juiz aposentado Fernando Augusto Fontes Rodrigues Júnior, de 61 anos, foi flagrado dirigindo sob forte intoxicação alcoólica com uma mulher seminua em seu colo quando atropelou a ciclista Thais Bonatti de Andrade, de 30 anos, em Araçatuba, no dia 24 de julho de 2025.

O caso chocou pela cena inusitada e trágica que se seguiu: enquanto Thais pedalava em direção ao trabalho, o juiz havia parado sua caminhonete Ford Ranger próxima a um supermercado. No momento em que a mulher tentou se sentar em seu colo, ele acelerou abruptamente e atingiu a vítima, que sofreu traumatismo craniano e fraturas na bacia, sendo levada em estado crítico à UTI da Santa Casa de Araçatuba.

Infelizmente, após dois dias hospitalizada e submetida a cirurgias, Thais não resistiu aos ferimentos e faleceu na madrugada de sábado, 26 de julho. O hospital confirmou que ela sofreu politraumatismo severo, múltiplas fraturas e traumatismo craniano encefálico, e que não respondeu aos esforços médicos.

Logo após o acidente, o juiz foi detido em flagrante. Ele apresentava fala desconexa, falta de coordenação motora e odor etílico, segundo a Polícia Civil. Um exame clínico confirmou que estava embriagado no momento do atropelamento. No boletim de ocorrência constam detalhes que impressionam: imagens mostram que a mulher estava sem roupas no colo dele, levantando ainda mais os questionamentos sobre a gravidade da conduta.

No dia seguinte ao atropelamento, Fernando Augusto foi liberado após pagamento de fiança de R$ 40 mil e passará a responder em liberdade pelo crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, embora com a morte da vítima já tenha sido requalificado para homicídio culposo. Segundo estatísticas, a pena pode chegar a até três anos de detenção em regime aberto ou restritivo de direitos.

A família de Thais manifestou revolta com a decisão judicial. Seu irmão, William Bonanni, criticou duramente a soltura do magistrado: “Enquanto ele dorme com sua família, eu estava escolhendo o caixão para minha irmã”, afirmou em entrevista a um veículo da Band.

Fernando Augusto Rodrigues Júnior atuou como juiz da 1ª Vara Cível de Araçatuba até se aposentar em 15 de agosto de 2019. Dados do Portal da Transparência do TJ-SP revelam que entre janeiro e junho de 2025 ele recebeu mais de R$ 917 mil brutos, com R$ 781 mil líquidos, média mensal de aproximadamente R$ 130 mil. Após aposentadoria, ele permanece habilitado para atuar como advogado, exceto na comarca de Araçatuba.

Esta cena inusitada, combinada com um resultado trágico, abre um necessário debate sobre prestação de contas, impunidade e os limites da responsabilização jurídica, especialmente quando se trata de figuras que ocuparam posições de poder na Justiça.

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