O episódio das joias relacionados ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, especialmente ao Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque que, ao retornar de uma visita oficial à Arábia Saudita, representando o ex-presidente e, após revelações da Receita Federal, assume ares de comédia pastelão ou, até mesmo, de comportamento de sacoleiros que atravessam a fronteira com o Paraguai e retornam cheio de muambas, divididas em sacolas, numa tentativa de embromar as autoridades aduaneiras.
A forma como a Receita Federal descreveu o imbróglio, desde a apreensão das milionárias joias em mochilas comuns, às diversas tentativas de liberação dos adereços, avaliados em 16 milhões de reais, por diversos órgãos do Governo Federal, inclusive, o Gabinete da Presidência; expõe uma prática tanto ilícita como amadora da comitiva ministerial nas terras de Ali-Babá e sugere graves suspeitas de contrabando, lavagem de dinheiro e outros ilícitos correlatos.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, que trouxe à tona os fatos arrolados, as joias apreendidas do Aeroporto Internacional de Guarulhos-SP, em 26 de outubro de 2021, durante uma fiscalização de rotina entre os passageiros do voo 773, com origem em Doha, no Catar, seriam para a ex-primeira dama, Michele Bolsonaro (PL) e estavam prestes a ser incluídas em um leilão da Receita Federal após a tentativa frustrada do ex-presidente de recuperar os itens. Ainda, de acordo com o jornal, os itens foram presentes do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama em uma viagem de comitiva do governo brasileiro ao Oriente Médio.
O Estadão apurou que o conjunto formado por colar, um par de brincos, anel e relógio da marca Chopard seriam oferecidos em leilão de itens apreendidos pela Receita por sonegação de imposto após os itens ficarem mais de um ano em poder da alfândega. Segundo o jornal, a decisão foi suspensa porque as joias passaram a ser enquadradas como prova de crime.
Os bens foram apreendidos pela Receita Federal por não terem sido declarados no momento de entrada no país e ficaram retidos no órgão em razão do não pagamento do imposto de importação.
Eles foram transportados em uma mochila por um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque que, quando questionado, apresentou três versões diferentes sobre os fatos.
A informação foi publicada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e confirmada pela TV Globo.
Indagado sobre as misteriosas joias, o ex-presidente Jair Bolsonaro, refugiado em terras americanas, desde a posse do atual presidente Lula, Jair repetiu o velho jargão: “não vi, não pedi, não recebi e não sei nada sobre o assunto”.