Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta medo, desinformação e influência de líderes religiosos como os principais motivos que afastam os brasileiros das vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com os pesquisadores, os três fatores explicam a queda da cobertura vacinal no país.
Encomendado pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais da Saúde (Conasems), o trabalho recolheu depoimentos de 2.235 pessoas, entre setembro e outubro de 2021, em todas as regiões do país. Entre os respondentes, 72,8% disseram que se preocupam com os efeitos colaterais das vacinas, esse foi considerado como o principal motivo para a hesitação vacinal.
Outra preocupação dos entrevistados foi a forma de aplicação dos imunizantes. De acordo com o estudo, 37,6% das pessoas declararam ter medo de agulhas, o que os influencia a evitar a vacinação.
A pesquisa também registra que a orientação de líderes religiosos contra as vacinas e informações inverídicas de postagens em redes sociais influenciam os brasileiros contrariamente às vacinas.
Ainda em relação à desinformação, um subgrupo de entrevistados formado por profissionais de saúde, notou que teorias da conspiração contra empresas farmacêuticas ou informações falsas passadas por integrantes do executivo produzem receio entre a população.
Os profissionais de saúde também disseram que, em relação à vacina conta o HPV (Vírus do Papiloma Humano), pais e mães costumam temer que a imunização incentive o início precoce da vida sexual dos filhos.
Em contrapartida, o estudo destaca que mais de 98% dos entrevistados reconhecem a importância das vacinas para a própria saúde e que 92% consideram todas as vacinas recomendadas pelo SUS benéficas.
A pesquisadora Daisy Maria Xavier de Abreu afirma que o cenário atual, no entanto, não é tão assustador. De acordo com ela, ainda há alto grau de confiança nas vacinas.
“A hesitação vacinal vem crescendo por causa das várias dúvidas e inseguranças disseminadas em redes sociais sobre as vacinas. Essas pessoas não são radicais, elas estão inseguras. Então precisamos acolher as dúvidas e dialogar para mostrar que as vacinas são seguras e eficazes”, disse, em comunicado à imprensa. As informações são do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.