Numa eleição muito conturbada e que exigiu a presença constante das autoridades judiciárias, no sentido de inibir e coibir manifestações de ódio e mentiras, como em 2018, nas redes sociais, o presidente eleito Luiz Inácio da Silva tomou posse, neste domingo, (01/01/2023), pela terceira vez, no cargo de mandatário da nação.
Com segurança redobrada, em função de constantes ameaças de morte e de sabotagem com bombas, Lula desfilou no Rolys Royce em companhia de sua mulher Janja e do vice Alkmin e sua esposa. Foi um desfile épico e efusivamente aplaudido pelos apoiadores presentes. A cerimônia bateu o recorde de presença de delegações estrangeiras,- cerca de 60-, superior, inclusive, às delegações presentes nas Olímpiadas do Rio de Janeiro.
O cortejo seguiu para o Congresso Nacional, onde o presidente eleito foi recepcionado pelos presidentes da Câmara e do Congresso Nacional, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, respectivamente, aonde foi empossado juntamente com o vice e prestaram o juramento protocolar.
“Declaro empossado os Srs. Luiz Inácio e Geraldo Alkmin, como presidente e vice, a partir das 15h:00 de 1 de janeiro de 2023 com mandato até 4 de janeiro de 2027” disse Pacheco, diante do 1º Secretário da Casa, deputado Luciano Bivar; Presidente da Câmara, Arthur Lira; Rosa Weber, Presidente do STF e Augusto Aras, Procurador Geral da República, que compunham a mesa.
Em seu discurso no plenário, Lula lembrou ser a terceira vez que comparecia para aquele ato e destacou: “ superamos a máquina pública que foi colocada a serviço de uma candidatura, de forma nunca antes vista, mas o povo continuou soberano graças à atuação implacável da justiça eleitoral, que soube combater as fake News e as pretensas intenções de golpe, e completou; de acordo o governo de transição, receberemos um governo em situação estarrecedora; acabaram com a saúde, com a educação, a segurança pública e depenaram as Estatais. O resultado apurado pela transição será enviado a cada deputado, a cada senador, ministros do supremo, universidades e organizações sociais para ciência do descalabro que recebemos”, disse Lula que voltou a afirmar: “nossa mensagem é de esperança e reconstrução para uma país que passou por tanto sofrimento. Vamos voltar a incluir os trabalhadores no desenvolvimento e nas decisões de governo”, completou o presidente.
Lula se referiu também às 33 milhões de pessoas que saíram da margem da pobreza e aos 20 milhões de empregos criados na sua gestão. “A liberdade que foi defendida pelo governo anterior, mais se aproxima de uma barbárie. “A partir de hoje a Lei de Informação e da Transparência serão respeitadas. Ao ódio responderemos com amor, à mentira com a verdade e ao autoritarismo com as leis. “Vamos revogar os criminosos acessos às armas e munições; não precisamos disso, o país precisa de educação e cultura para o seu desenvolvimento”, frisou Lula.
O presidente reservou uma parte do seu pronunciamento para criticar a gestão da pandemia, que levou milhares de brasileiros à morte, e outras desigualdades que, segundo ele, foram aprofundadas na gestão Bolsonaro, como a desigualdade social, a desigualdade de raça e de gênero. Sobre a pandemia da Covid-19, o presidente foi enfático: os responsáveis não escaparão de punição pelos crimes cometidos”.
Em seguida, o presidente seguiu para o palácio do Planalto, onde receberia a faixa presidencial. O presidente Lula subiu a rampa acompanhado de Janja, Geraldo Alkmin, sua esposa Lú e a cachorrinha do casal Lula e Janja, ‘Resistência’.
Lula recebeu a faixa de um grupo de diversidade formado por representantes dos índios, Cacique Raoni; das crianças, o garoto corintiano, Francisco; da mulher negra, a catadora Aline Souza; o professor, Murilo Quadro; a cozinheira, Jucimara dos Santos; o idoso, Fábio Pereira; e representante das pessoas portadoras de deficiência, Ivan Baron.
Já no parlatório do Palácio, lula iniciou seu pronunciamento com uma saudação que recebia diariamente em Curitiba, quando esteve preso: “boa tarde povo brasileiro”.
Num tom conciliador, o presidente afirmou: “a ninguém interessa um país em pé de guerra. Sou o presidente de todos os brasileiros! Chega de ódio, de guerras, de mentiras; temos que nos unir, somos um único país, somos todos brasileiros. E completou; ainda que nos arranquem todas as flores; pétalas por pétalas; não impedirão a chegada da primavera, e ela chegou!
Lula se dirigiu ao público presente lamentando que todas as conquistas realizadas, desde o seu 1º mandato, foram destruídas. “Infelizmente voltamos ao passado que julgávamos enterrado e que teremos que refazê-lo. Juntos somos fortes, divididos seremos o país do futuro que nunca chega e, muito emocionado, concluiu; não há felicidade com tanta desigualdade; neste momento o público presente entoou: “Lula guerreiro, do povo brasileiro”.
“Foi pra combater as desigualdades e suas sequelas que vencemos as eleições. Vamos construir um país generoso e igualitário. Não deixaremos ninguém para trás”, completou Lula.
Ao final, lula voltou a lembrar que abrirá as portas das universidades para todos, retomará a “farmácia popular”, o “mais médicos”, o “Brasil sorridente” e destacou o papel do SUS, que enfrentou um vírus letal diante de um governo omisso, irresponsável e desumano.
“Sempre investimos e voltaremos a investir no povo brasileiro. Tudo que foi feito em 13 anos foi destruído em 4 anos. Primeiro com um golpe que afastou a presidente Dilma; depois por um governo ordinário, insensível, que nunca se preocupou com o povo. O que o povo brasileiro sofreu nesses últimos anos, foi uma retumbante imposição de um genocídio. Vivemos, sem dúvida, um dos piores momentos da nossa história; uma época sombria e obscura, e que foi derrotado pelo amor ao Brasil e a inquebrantável fé do povo brasileiro.
O momento é de olhar pra frente e voltar a sorrir. Vamos virar esta página horrível da nossa história. Vamos reconstruir esse país! Quero fazer um chamamento a todos os brasileiros para nos unirmos na reconstrução do nosso país. Nossas armas são a verdade e o amor que derrotou o ódio”.
Por fim, Lula bradou: Viva o Brasil! Viva o povo brasileiro!