No mundo atual, com tantas opções de destinos turísticos, é comum que nos deparemos com lugares de difícil acesso. Afinal, quem nunca abandonou a ideia de explorar algum local devido à distância ou às dificuldades para chegar lá? Um exemplo disso é a jornada de Nova York a Singapura, considerada o voo mais longo do mundo, com duração de incríveis 20 horas. Compreensivelmente, nem todos estão dispostos a encarar tal desafio.
Mas e se eu te dissesse que existe uma localidade ainda mais isolada, aguardando para ser descoberta? É o caso de Tristan da Cunha, considerado a localidade mais solitária do planeta. Localizada a impressionantes 1.700 milhas da África e a 1.500 milhas da ilha habitada mais próxima – Santa Helena –, chegar até lá exige uma travessia de barco que dura cerca de seis dias. Além disso, essa viagem é realizada menos de 12 vezes por ano.
Tristan da Cunha pode ser descrito como um verdadeiro paraíso isolado em meio ao Oceano Atlântico. Apesar das rochas presentes em sua paisagem e da ausência de pistas e portos naturais, essa comunidade é habitada há mais de um século por pessoas originárias do Reino Unido. Ela faz parte de uma pequena cadeia de ilhas vulcânicas avistadas pela primeira vez no ano de 1500 por exploradores. No entanto, só no século XIX as pessoas começaram a se estabelecer lá de forma permanente.
Um lugar de isolamento completo
Tristan da Cunha é um arquipélago localizado no sul do Oceano Atlântico. É um dos três constituintes do território ultramarino britânico de Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha. O Arquipélago de Tristão da Cunha é o território habitado mais remoto do mundo, sendo que a ilha principal do arquipélago (Ilha de Tristão da Cunha) é rodeada por penhascos com mais de 600 metros de altura. Os únicos locais habitados em Tristão da Cunha são o pequeno povoado de Edimburgo dos Sete Mares, que se encontra localizado no noroeste da ilha, além da estação meteorológica da Ilha de Gonçalo Álvares (ou Ilha Gough), que abriga um contingente de apenas seis funcionários mantidos pelo governo da África do Sul. As ilhas de Tristão da Cunha e de Gonçalo Álvares ficam separadas a uma distância de 398 km entre si. Para que se possa ter uma ideia do isolamento do arquipélago, o local habitado mais próximo está localizado a 2 420 km ao norte de Tristão da Cunha, na ilha de Santa Helena. No continente, a cidade mais próxima de Tristão da Cunha é a Cidade do Cabo, na África do Sul, que fica localizada a 2 800 km ao leste. Trata-se de uma das ilhas que se situam sobre a cordilheira submarina Dorsal Mesoatlântica.
A população de 251 cidadãos da ilha de Tristão da Cunha partilha de apenas nove sobrenomes (Collins, Glass, Green, Hagan, Lavarello, Repetto, Rogers, Squibb e Swain), constituindo no total 80 famílias. Fala-se inglês e as religiões praticadas são a anglicana e a católica. Existem alguns problemas de saúde devido à endogamia, incluindo asma e glaucoma, consequência do casamento inevitável entre casais com grau de parentesco próximo, como por exemplo casamentos entre primos em segundo grau, causando um cada vez mais restrito recurso genético.
O arquipélago não possui aeroporto, possuindo apenas um pequeno porto pesqueiro em Edimburgo dos Sete Mares.
Interessante notar que Tristan da Cunha pode ficar anos sem receber visitantes, como ocorreu entre 1909 e 1919, quando nenhum navio chegou à região. Esse isolamento completo é um dos fatores que tornam essa jornada ainda mais intrigante.
Para embarcar nessa aventura rumo ao lugar mais solitário da Terra, é necessário enfrentar uma viagem de seis dias de barco. Aliás, em virtude dessa peculiaridade geográfica, os habitantes de Tristan da Cunha desenvolveram seu próprio dialeto e têm festividades regionais únicas. Além disso, a comunidade é autossuficiente e não depende fortemente de suprimentos vindos de fora.
Portanto, se você tem curiosidade em conhecer essa região tão única e remota, esteja preparado para uma pesquisa abrangente. Tristan da Cunha é um lugar que desafia qualquer conceito convencional de viagem e proporciona uma experiência verdadeiramente singular para aqueles corajosos o suficiente para enfrentar essa jornada.