Numa operação com a participação de três secretarias – Secretaria de Turismo, Secretaria do Meio-ambiente, e Secretaria de Transportes e Serviços Públicos – a Prefeitura Municipal de Porto Seguro, deflagrou hoje, 28\12\2017, uma operação, que, segundo a administração, tem como objetivo reordenar os serviços de ambulantes, coibir abusos ao meio-ambiente e limpar as praias da Orla Norte da cidade.
Foram destacados para a operação, fiscais do meio-ambiente, a guarda municipal, garis e pessoal de apoio da Secretaria de Transito e Serviços Públicos, além de caçambas e veículos das três secretarias
O Diretor de Melhorias da Experiência do Turista, Sr. Tiago Cabral, em entrevista à nossa reportagem, confirmou que a operação tem como meta o ordenamento da cidade, a proibição da invasão de restingas, organizar os ambulantes, e que a operação acontecerá regularmente cerca de duas a três vezes por semana.
Mesmo reconhecendo as dificuldades de se realizar uma operação deste porte na alta estação, Tiago Cabral afirmou que as diligências seguirão e que os objetivos de apresentar ao turista uma cidade limpa, ordenada e principalmente com um ambulante uniformizado e preparado para abordar os turistas, sem assédio e com simpatia, será uma busca constante e inarredável da atual administração.
Para consecução desses objetivos, o diretor disse contar com o trabalho de uma equipe da secretaria de turismo bem preparada e o apoio de todos os gestores das outras secretarias envolvidas.O diretor também conta com a colaboração do próprio ambulante cadastrado,que deverá atuar na fiscalização em defesa do seu serviço, denunciando a presença de ambulantes clandestinos que aparecem principalmente na alta estação.
Entretanto, os ambulantes e barraqueiros que trabalham nas praias da Orla Norte, pensam diferente.
O Sr. Nilson, que vende peixe e camarão frito nas proximidades da barraca “TôaTôa”, defendeu a operação, desde que seja para todos, sem discriminação. “Não adianta eu não invadir a área de restinga, se os donos de barracas maiores criam até estacionamentos nessas áreas”, concluiu o barraqueiro, acrescentando ainda que a operação deveria acontecer durante o ano todo, não apenas na alta estação. “Passamos o ano inteiro esperando pela alta temporada para faturarmos uns trocados, quando ela chega, a prefeitura resolve fazer a operação, prejudicando os trabalhadores de praia quetêmque regularizarem suas situações em um tempo muito curto”, justificou o trabalhador.
O Sr. Josué, que também trabalha como barraqueiro na praia há 07 anos servindo refeições, lamentou o tratamento dispensado pelos órgãos públicos aos mesmos. Afirmou que ele e outros barraqueiros já foram removidos do local em 2015, e que após entendimentos com a prefeita, ora afastada, retornaram com a promessa da gestora de construir quiosques padronizados e adequados para assentamento dos mesmos no local, o que, até o momento, não ocorreu.
Os barraqueiros questionam também a decisão de proibir estacionamento de veículos na beira da praia, o que forçará os motoristas a estacionarem seus veículos na BR 367, aumentando ainda mais o congestionamento no local. Alegam que não há local para os mesmos estacionarem, e que a prefeitura já deveria ter destinado um local para isso.
A operação que cobrirá toda a Orla Norte, desde a praia do “Cruzeiro” até a “Ponta Grande”, e segundo o diretor Tiago Cabral, acontecerá também na orla sul, nos distritos de Arraial, Trancoso e Caraíva, ocorreu sem incidentes, e apesar de ser considerada atemporal pela maioria dos ambulantes e barraqueiros, (inclusive pelos funcionários da prefeitura), não sofreu resistência dos segmentos envolvidos.