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Museu da Arte Sacra espera parecer do Iphan para buscar recursos para melhorar sua estrutura

Cupim é o principal problema e obra está orçada em R$300 mil

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Depois de três anos fechado, o Museu de Arte Sacra da Misericórdia, na Cidade Histórica de Porto Seguro, reabriu no mês de julho para a visitação do público, por meio de um convênio entre a Universidade do Estado da Bahia – Uneb – e a Paróquia da Pena, proprietária do prédio e do acervo histórico.

Desde 2015 que a universidade vem orquestrando o convênio, que foi firmado em março deste ano. De lá para cá, a equipe da universidade, encabeçada pelo coordenador técnico, o professor Chico Cancela, passaram a realizar uma série de reformas estruturais do prédio para colocar o museu em funcionamento. “De março até julho, preparamos as condições básicas para reabertura do museu. Nesse tempo, fizemos a higienização do prédio. O local estava muito sujo, havia uma colônia de morcegos e muita poeira. A equipe de limpeza da Uneb realizou o serviço e os estudantes fizeram o trabalho que requer maior atenção, na montagem dos módulos de exibição das peças. Também instalamos os equipamentos de segurança com sensores de movimento e câmeras de filmagem, além da revisão do telhado. Coisas fundamentais”, explica o professor.

No entanto, como próprio professor esclarece, foram ações fundamentais para reabertura do museu, pois existe ainda muita coisa para ser feita na infraestrutura do prédio. “Nós fizemos uma dedetização para insetos, mas o que precisamos agora é uma específica para cupins, porque o equipamento é quase todo de madeira. O cupim é a maior ameaça e o telhado está infestado dele. Todavia, não se pode usar qualquer tipo de veneno. É diferente de você realizar esse procedimento em sua casa, aqui a gente tem que ter autorização do Iphan, existem normas técnicas específicas a serem cumpridas. O produto tem que ser orgânico e é bastante caro. Essa medida estrutural de reformar o telhado e combater as pragas está orçada em R$300 mil”, explica o coordenador.

Nesse sentido, já foi solicitado ao Iphan um parecer técnico. “Eles ficaram de enviar para Porto Seguro, dois técnicos da Superintendência de Salvador, para fazer uma vistoria no prédio, e a partir daí, emitir um parecer. Somente a partir desse parecer, que vamos tentar captar recursos com iniciativa privada, buscando todas as leis de incentivo fiscal que existe no Brasil, a lei Rouanet , por exemplo”, sugere o coordenador.

Pelo que conta Chico, a Uneb já vem realizando a captação de recursos por meio de editais de fundo perdido, que fomentam a cultura no Brasil. “Nós já nos escrevemos no edital da Caixa Cultura e no Itaú Rumos Culturais, para termos recursos para essas obras de infraestrutura. Infelizmente, a universidade não tem como assumir, pois o custo é muito alto e também, porque o Tribunal de Contas do Estado – TCE – impede que ela invista recursos num prédio que não pertença ao poder público”, analisa.

A equipe técnica já foi composta e vem atuando no museu. Ela é formado por ele e mais sete bolsistas, inscritos em editais do CNPQ e da Fapesp.

O acervo e a importância de se entender a história do Brasil

Conforme Chico Cancela, ao todo são 120 peças do acervo, entre imagens, mobiliários e alfaias (objetos utilizados nos rituais católicos). A maioria é do período Colonial e Imperial, séculos XVIII e XIX. No entanto, destaca-se uma escultura em barro de São Francisco de Assis, datada de 1503.

Para o professor, o interesse da Universidade é explicar a constituição da sociedade brasileira da época, por meio do acervo.

Quem quiser conferir o acervo do museu, a visitação está aberta ao público de sexta-feira a segunda-feira, na parte da manhã até 14h. O valor é de R$10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia). Nas quartas, a visitação é exclusiva para as escolas do município. “Estamos criando vínculo para que a sociedade portossegurense ocupe o espaço que é seu”, finaliza Cancela.

 

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