O Portal de notícias de Porto Seguro

A guerra do transporte em Porto Seguro

1

Há tempos que Porto Seguro vive um caos no transporte de passageiros. Praticamente, o problema se inicia, concomitantemente, com o crescimento do município enquanto destino turístico.
No transporte público, a Expresso Brasileiro em remotos tempos conseguiu a concessão, mas um dia se cansou. Financeiramente, não achou mais atraente deter as linhas municipais e fez a escolha de ficar apenas com as intermunicipais, com exceção de Pindorama que ainda mantém.

Como herdeiras, a Viação Mundaí e Cidade de Porto Seguro, que atendiam até pouco tempo atrás no mesmo telefone, além de serem vizinhas de pátio e escritório. E apesar de possuírem CNPJs diferentes nada me tira da cabeça que são filhas do mesmo grupo empresarial.

A concessão foi transferida sem que ninguém tenha conhecimento de qualquer licitação. Na verdade, é tarefa para um arqueólogo, talvez um que seja como o Indiana Jones para tentar descobrir tal pergaminho que abalize uma empresa de transporte público atuar no município.
Aproveitando as péssimas condições dos ônibus que circulam pela cidade e os atrasos constantes, e o alto valor da corrida de táxi, surge o transporte ilegal ou alternativo, que a preços acessíveis fazem o translado de parte da grande massa trabalhadora, provenientes, principalmente do Complexo Baianão e bairro periféricos.
Mesmo não atuando nos pontos de táxi nos bairros onde deveriam estar, pois preferem ficar circulando na cidade atrás de turistas, os taxistas que um dia já se posicionaram contra os mototaxistas, continuam travando sua batalha com os alternativos/ilegais. Nesta empreitada ainda conta com a ajuda das viações, já que se trata de um inimigo em comum.
Dos alternativos chegaram os alternativos dos alternativos, ou seja, uma série de associações. Uma bola de neve que vem crescendo cada vez mais. Os ilegais não podem garantir nenhuma segurança para o usuário, nem nas condições do veículo quanto mais do condutor, uma vez que não são credenciados para circulação.

Durante muito tempo o Ministério Público lutou pela implantação do taxímetro, mas foi só agora, recentemente, que isto virou realidade. Mas engana-se quem imaginou que com os taxímetros, o valor da corrida de táxi iria cair. Desconheço uma cidade do Brasil que tenha uma unidade taximétrica tão cara. Um quilômetro percorrido de táxi em Porto Seguro, você provavelmente circularia uns dez ou mais em São Paulo.

Mas, o foco agora é o Uber. Os taxistas querem impedir o aplicativo de atuar em Porto Seguro, contrariando uma tendência mundial.

O episódio ocorrido na semana passada quando três taxistas agrediram o condutor de Uber, Adriano Rosas, reforça todo o passado de conflito na área de transporte no município. Lembrando que taxistas já chegaram a trocar braçadas entre si, na disputa pelos pontos do Aeroporto.

Em resumo, os taxistas já brigaram com os mototaxistas, com os alternativos, com eles mesmos e agora com o Uber, uma história de ganâncias e disputas que em nenhum momento dela foi levado em consideração os usuários, sejam turistas, sejam moradores.

E durante todo esse processo histórico, passaram várias administrações e nada fizeram para regulamentar a situação do transporte no município. A Câmara Municipal está dividida sobre a questão. Tem vereadores que apoiam os taxistas e outros os alternativos, em troca de votos e apoio. Por fim, existe uma lei municipal promulgada pelos vereadores, mas não sancionada pelo prefeito na época, proibindo a circulação dos veículos do aplicativo, nadando contra uma maré mundial, que oferece escolha ao cidadão sobre a forma que ele quer se deslocar.

 

  1. Adriano Diz

    Parabéns Câmara de vereadores por incentivar a violência de trabalhadores e pais de familia na cidade !

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.