Quem vai ser o prefeito de Porto Seguro?

Parece estranho o questionamento, mas infelizmente é o que se ouve nos quatro cantos da cidade.

Após nove meses de gestação, o governo afastado do “Pra viver e ser feliz” pariu, numa cesariana realizada pelo Ministério Público Federal auxiliado pela Polícia Federal, o governo Beto Nascimento que, num primeiro momento, apresentava-se como uma cria forte, saudável e bem recebido pela comunidade.

Ocorre que as complicações do parto, que motivaram a cesariana, deixaram sequelas na criança.

Pois então vejamos: Três meses após o nascimento, o menino não abre os olhos, não se movimenta e chora constantemente, deixando toda a comunidade preocupada e ansiosa com a sua sobrevivência.

O desejo e a esperança de novos tempos com o novo gestor ou gestado vai lentamente se consumando em decepção. Daí a pergunta que não cala: “Quem vai ser o prefeito de Porto Seguro?”

Todos conhecem a esperteza e a sagacidade do intrépido Robério Oliveira. Não foi à toa que chegou onde estava: três prefeituras conquistadas, influência e interferência política em diversos municípios da região e com grande prestígio nas esferas estadual e federal.

Sua habilidade em cooptar pessoas e acomodar lideranças e cabos eleitorais é notória.

Assim aconteceu com boa parte dos vereadores de Porto Seguro, quando os seduziu oferecendo-os participação nos serviços de transporte escolar. Foi uma farra só, um belo trem da alegria. Amigos, parentes, todos satisfeitos e admirados com a boa ação do imperador. Poucos “edis” hesitaram em não participar, certamente, desconfiados com o tamanho da esmola.

Não deu outra! A conta veio creditada nas ações da Polícia Federal no âmbito da operação “Gênesis”. Justamente como o arquiteto político projetou. Todos que se locupletaram com as facilidades, estão atolados até o pescoço com a justiça federal. Do jeito que o imperador queria. Todos envolvidos, portanto, sem condições de denunciar sobre o risco de está delatando a si próprio.

Retornando ao chamado da matéria, comenta-se que o mesmo pode ter ocorrido com o prefeito Beto Nascimento, quando nomeado secretário de finanças do município. A intenção seria maculá-lo no exercício da função, a ponto de comprometê-lo com as ilicitudes e fraudes ora investigadas.

Não se sabe o que de fato aconteceu, o certo é que a administração está muito apática e aquém das expectativas dos munícipes. Seus gestos e acenos corroboram para a desconfiança.

Nos festejos da passagem do ano (réveillon), na Passarela do Descobrimento, um telão exibia e enaltecia imagens da frota de ônibus adquirida para o transporte escolar, – alvo da operação “gênesis”- com o mesmo slogan do governo afastado e investigado: “Pra viver e ser feliz”.

Os fantasmas e apaniguados  do governo afastado permanecem presentes na folha de pagamento da prefeitura. São esposas, pais, irmãos e parentes de todo grau de vereadores e secretários, até mesmo namorados, sugando o dinheiro do povo carente e contribuinte.

O que o prefeito parece que não entendeu até agora, é que esperar por uma decisão da justiça é uma questão e preocupação única e exclusiva da prefeita afastada. A ele cabe governar e fazer jus ao mandato que lhe foi conferido.

O que a sociedade porto segurense cobra são ações  que caracterizem um novo governo. Afaste quem tiver que ser afastado, exonere os citados e declarados como envolvidos pelas autoridades federais, substitua colaboradores comprometidos com a gestão afastada e que podem até estarem boicotando e conspirando contra a sua administração. Se houver ônus por essas atitudes, que a justiça os assuma.

Enfim, queremos um governo de fato, diferente, pró-ativo e sem suspeitas.

Um governo que não seja “Pra enganar e fazer a gente de besta”. Do contrário, os rumores propagarão com conseqüências imprevisíveis.