Presidente da câmara de Porto Seguro se desespera diante do descrédito de sua gestão

Num ato desesperado, injustificável e sem precedentes na câmara de vereadores de Porto Seguro, o presidente da casa Evai Fonseca, destilou todo seu ódio e fúria contra a imprensa, OSPS (Observatório Social de Porto Seguro) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), subseção local.

As motivações são diversas, vão desde as denúncias de irregularidades em licitações, prorrogação e aditivos em contratos, denunciados pela mídia independente, ao descontentamento de parte de vereadores, especialmente, no que diz respeito à sua obsessão em construir uma nova sede da câmara.

Com a subscrição pela OAB, de uma nota de repúdio ao presidente da câmara, referente as fatos aludidos, o caldo entornou!

A referida nota foi postada, em primeira mão, aqui no site Jojô Notícias, na segunda-feira, 16/04, e revela estratégias que o presidente Evai Fonseca tem adotado nos processos licitatórios, para definir um modelo de licitação que restringe a participação de interessados, contemplando outros com menores requisitos técnicos.

Uma maracutaia escancarada, bastante conhecida e usual por lobistas e empresários capadócios.

Foi desta forma que se chegou ao modelo de carta-convite para se licitar o projeto arquitetônico da famigerada nova sede da câmara.

Para ficar bem claro para os leitores, vou explicar: Contratações acima do valor de R$ 150.000, têm que serem feitas através de concorrência, que é um processo bem amplo, aberto à participação de diversas empresas e com maiores exigências de qualificação técnica para participação; abaixo deste valor se usa a tomada de preço e a carta convite, que consiste em convidar três empresas para participarem do certame.

Não precisa ser nenhum técnico da área pra perceber que a carta-convite é um modelo mais fácil de ser burlado, principalmente quando há esse propósito.

Segundo o OSPS, já foram duas licitações vencidas pela Gilberto Almeida Filho-ME, usufruindo deste modelo. O da instalação de mastros para bandeira, corrimão para escada e rampa de acessibilidade, e portões de inox, no valor de R$ 149.328,00, e recentemente, o da elaboração do projeto arquitetônico da nova câmara, no valor de R$ 147.500,00.

Nota-se, portanto a proximidade dos valores daquele que delimita o modelo de concorrência. Considerar isso coincidência, é fechar os olhos para a realidade.

Diante das revelações e sentindo-se acuado pela imprensa, entidades, sociedade e parte dos “edis”, o presidente “rodou a baiana”.

Primeiramente, expulsou do plenário este humilde escriba, aos berros e com infames acusações, cujo crime é informar a comunidade sobre os acontecimentos. Em seguida atribuiu o caráter apócrifo na assinatura do presidente da OAB local na nota divulgada pelo OSPS. Por fim, rebelou-se com seus pares na casa- que dão claros sinais de insatisfação com essa postura excêntrica do presidente-, num bate-boca inútil, na tentativa de justificar os procedimentos adotados.

Na verdade, parte dos vereadores está se sentido incomodado com o modelo de gestão do presidente.

Faz uso excessivo das prerrogativas do cargo para realizar desejos, aspirações e obsessões de cunho particular.

Usa para isso a unanimidade burra nas sessões, costumeiramente precedidas de banquetes no café da manhã, em seu gabinete, com direito a caldos, bolos diversos e outros petiscos mais.

Ali se amarram as idéias e o estômago. Tudo com o dinheiro do povo, que padece nas filas dos postos de saúde, na ausência do transporte escolar, nas ruas e pontes esburacadas, na precariedade das escolas, enfim, um rosário de prioridades que o nobre e emergente aristocrata, e presidente da câmara, julgam ser menos importante que a construção da nova sede da câmara.

É visível e notório também, seu desequilíbrio diante da impossibilidade de sua reeleição. Conseguir o apoio necessário para alterar o regimento interno da casa, dos dois terços dos vereadores (12), parece cada dia mais distante.

A nefasta reunião, onde os vereadores conheceram o perfil “Silvério dos Reis” do presidente, abalou, definitivamente, a sobejada confiança que nutriam pelo mesmo.

“Vender” hoje, para o executivo, o apoio incondicional dos “edis, não vai ter como entregar.

O Jojô Notícias, não aprova o destemperado comportamento do presidente, mas releva e compreende sua angústia e fúria, diante da frustração de suas maquiavélicas intenções

Portanto, a situação caminha para um impasse com conseqüências imprevisíveis, mas o presidente ainda mantém um poderoso trunfo:

“A câmara tem dinheiro pra gastar”