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Como falar de política sem ofender?

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É engraçado como o conceito de política se inverte quando falamos dela mesmo. Se usarmos a palavra na qualidade de sinônimo, estamos buscando uma forma de agradar a diferença, a divergência e a discórdia. Um discurso político é exatamente isso: tentar achar um meio termo entre ponto de vistas conflitantes.
Fico imaginando a Grécia antiga, naquela mesa gigante, com Aristóteles, Platão e sei lá mais quem, discutindo as principais conjecturas de sua sociedade da época, quando politicus significava exatamente a semântica da palavra.
Não é de hoje que tudo foi invertido. Não sei em que parte da História isso mudou, mas creio que foi no dia que o homem passou a ser incoerente com seus ideais.
No Brasil, ser político causa um ligeiro desconforto no sorriso amarelo de quem ouvi de um. Isto por questão de educação, quando está no tête-à-tête, porque a reação imediata do cidadão quando na mente surge a palavra politico, é de todo mau. Posso descrever inúmeros sentimentos ruins da qual o nome reflete, antes de citar o primeiro bom.
Político é bandido de fórum privilegiado. O de colarinho branco, os coronéis. Não se pode generalizar, mas de fato, a maioria de nossos representantes é assim.

Há tempos o povo anda desanimado quanto à política e aqueles que a procuram. Descrentes e passivos diante à nossa realidade, haja vista a quase nula participação nos conselhos municipais, audiências públicas e sessões da Câmara Municipal.

Mas no mundo virtual essa situação inverte, sem que com isso aprendam a respeitar a opinião dos outros e acreditar em nossa própria evolução enquanto ser.

Busque compreender que mesmo que o sujeito apoie o aborto, o uso de armas ou a bomba nuclear, não cabe a nós julga-lo por sua inteligência ou retrocesso.
Descubra que a democracia é, primeiramente, ter consciência que pontos de vistas conflitantes sempre existirão.
Tenha sua opinião, como tenho a minha sobre esse ranço, que no Brasil, a política exala.
Saiba que o sistema foi criado por eles, para que a sujeira seja sempre conduzida para debaixo do tapete.
E é nesse emaranhado de lixo que é descoberto e divulgado em doses cavalares pelo Ministério Público e Imprensa, onde surge um sentimento social de revolta, que sufoca o cidadão. Que lhe empazina tanto, que não há antiácidos suficientes para tratar, a não ser regurgitar sua vontade de se expressar. De reunir toda essa raiva e mandar pra fora.
Na mesma velocidade vem os meios de comunicação, sobretudo a Internet e suas mídias sociais, que servem instantaneamente para noticiar suas indignações e bravuras.
Saem cuspindo o nojo que a política se tornou em frases estúpidas como se isso fosse capaz de definir alguém por suas escolhas.
Não adianta postar a foto de uma mulher, daquelas que estão voltando de uma boate bêbada e exemplificar um movimento tão legítimo como é o feminismo.
Talvez a generalização seja burrice, assim como a unanimidade, já diria Nelson Rodrigues, não saberia ao certo, pois sou a favor da diversidade, sou a favor da família e todas as constituições que nela se possa fazer. Para mim basta o amor!
Mas isso são apenas as minhas opiniões. Nelas e em tantas outras sobre diferentes situações, são passíveis por novos questionamentos, que num futuro podem se tornarem outras, bem diferentes das originais, mais ampliadas ou completamente divergentes.
Sou aberto à mudança e a falar do assunto, fazendo valer minhas ideias e meus posicionamentos políticos, respeitando a de todos contrários. Mas não dessa forma que vem sendo feita nas mídias sociais. Existem plataformas melhores como nas reuniões da associação de seu bairro, nas audiências públicas, nas sessões dos vereadores etc.

Por ética, não posso divulgar algo se não tiver certeza do procedimento verídico dele. Faço valer a premissa do jornalismo de checar sempre a fonte. Faça isso você também. Nosso avatar não pode ser um propagador de mentiras, pois eles somos nós no Facebook ou no Twiter.
Faça valer sua opinião sem que para isso tenha que sujar o seu ser com postagens, que nada acrescentam à população e ao pleito que esta por vir, a não ser desviar o foco da atenção, denegrir e execrar pessoas.

Foi nos cantos dos passarinhos que percebi que tais pensamentos giravam por estereótipos. E foi lá, na internet, onde não consegui enxergar a essência, simplesmente, porque não existia nem um pingo dela sequer.
Seguia por retas quando deveria entrar pelas espirais.

 

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