O grupo “fraternos” representado, segundo o Ministério Público e a Polícia Federal, pelos prefeitos de Eunápolis, Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro – Robério Oliveira; Agnelo Santos e Cláudia Oliveira, respectivamente; afastados dos cargos, por um período de seis meses, no início de novembro de 2017, por suspeitas de desvios de cerca de 250 milhões dos cofres dessas prefeituras, vem divulgando em redes sociais uma aliança (Força da União), mas já apelidada pela sabedoria popular de “aliança coronavírus”, com o ex-prefeito, Ubaldino Jr., também investigado por corrupção e afastado do cargo em definitivo em 2003, quando era gestor do município e que se encontra inelegível, até esta data, por decisão de instituições federais superiores.
A anunciada aliança deixou a cidade estupefata, em virtude de o ex-prefeito Ubaldino ter se constituído, durante os 7 anos e meio de mandato de Cláudia Oliveira, seu maior crítico e opositor. Durante este período, as denúncias de irregularidades, de toda a natureza, foram pautas de seu programa semanal, na rádio de sua propriedade e, de acordo informações, causavam profundo mal-estar e depressão à gestora, às 12:00hs daquelas angustiantes segundas-feiras.
A prefeita chegou a dá entrevista em um veículo de comunicação regional, que jamais se aliaria à família Pinto, à qual classificava incisivamente de corruptos.
Já o ex-prefeito Ubaldino, referia-se aos fraternos como uma quadrilha com direito às musiquetas e marcações de São João: Olha a chuva! Já passou; Olha a polícia federal! Já chegou… anarriê, balancê!
Por coincidência, o Ministério Público e a Polícia federal identificaram, no âmbito das investigações da “operação fraternos”, uma estratégia de revezamento de empresas para fraudar os processos de licitações, ao qual denominaram, de forma bastante original e peculiar, de “ciranda da propina”
Agora, o que se vê na idealização desta famigerada e desesperada aliança é a tentativa escancarada de se inaugurar, em Porto Seguro, a “ciranda política”, ou seja: um revezamento entre gestores investigados e afastados pela justiça, para mitigar as investigações e se manterem no poder.
O que motivaria a união de dois grupos que se proclamam poderosos politicamente, com programas e ações administrativas tão diferentes?
Dizer que é para o bem da população é tão divertido e avacalhado como as cirandas propriamente ditas. A sociedade e o eleitor, assim como os cirandeiros, já perceberam que não têm a força política arrotada, para enfrentar o candidato favorito, em todas as simulações, Jânio Natal.
A maracutaia, certamente, não vingará. A derrota imposta pelos portossegurenses à filha da prefeita, desta vez virá em dose dupla. Seja qual for o representante dos “pinto” na aliança coronavírus, o movimento da “quadrilha” dará meia volta ao ouvir: “Olha o Jânio”!