O presidente da republica Jose Messias Bolsonaro (sem partido) usou a rede nacional de comunicação para criticar o isolamento social determinado por boa parte dos governadores de estados e defendeu a retomada das atividades dos brasileiros, abaixo de 60 anos, para salvar a economia.
No pronunciamento o presidente ironizou o fechamento das escolas e voltou a comparar a COVID-19 a uma “gripezinha”, e que ele, com o histórico de atleta, assim como a maioria da população, não correm o menor risco com esse “resfriado”.
Médicos, cientistas e especialistas condenaram o discurso de Bolsonaro e reforçaram a importância do isolamento social como medida de combate ao coronavirus, inclusive, como principal recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde).
Bolsonaro, que desde o início desta crise, vem sendo criticado veementemente pela sua postura desafiadora e rebelde em relação à pandemia, vem sendo alvo de protestos, em forma de “panelaços”, há oito dias consecutivos; resolveu contrariar determinações do próprio Ministério da Saúde, que recomendou quarentenas e evitar aglomerações, participando de manifestações populares, parece cada vez mais se isolar dos governantes políticos e transformou a situação em uma questão política e em uma disputa eleitoral.
Aparentemente, além de copiar o presidente americano, Donald Trump, que priorizou a economia em vez da saúde do povo, o presidente brasileiro optou também, em ouvir seu “gabinete do ódio” ao gabinete do “bom senso”.
O desastroso pronunciamento presidencial, fazendo oposição ao seu próprio governo, provocou estragos até, entre os fieis aliados. O governador do estado de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), aliado de primeira hora do presidente; que é médico, declarou: “Não tem mais diálogo com esse homem. Não dá pra privilegiar a ignorância em detrimento da ciência”.
Durante uma videoconferência realizada com os governadores da região sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo) a chapa esquentou de vez. O governador João Dória do estado de São Paulo criticou o pronunciamento do presidente e cobrou seriedade do Líder Nacional. Bolsonaro não gostou do tom das críticas e “rodou a baiana” com o governador, classificando-o de traidor e lembrando-o que ele se elegeu na carona do seu discurso e apoiando-o.
Os 27 governadores marcaram uma nova videoconferência para as 16 horas desta quarta-feira, 25/03, quando discutirão a uniformidade das ações a serem tomadas, diante do pronunciamento de Bolsonaro.
O Brasil, até a manhã de hoje, 25/03, registra 2281 casos de infectados com 47 mortes. A Bahia tem 79 casos, sem nenhum óbito e Porto Seguro é o segundo município do estado com o maior número de casos confirmados. São 8 o número de infectados. Número que se mantém desde segunda-feira, 21/03.