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Surto de esporotricose: o que é e como prevenir a doença transmitida por gatos

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A esporotricose, doença causada pelo fungo Sporothrix brasiliensis, avança em alguns estados do Brasil. Ela é uma micose que provoca lesões na pele e está descontrolada no País. O alerta é do infectologista Flávio Telles, coordenador do Comitê de Micologia da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Especialistas alertam que animais com suspeita da doença não devem ser abandonados.

Segundo ele, além do Brasil, países como Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile já registraram casos da doença. Em 90% dos casos, a transmissão ocorre por gatos contaminados. Humanos e cachorros não podem transmitir a esporotricose.

Em 2023, na cidade de São Paulo houve um aumento de 40% no total de casos registrados, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

No Paraná, também houve um significativo aumento de casos: de 1.242 no ano passado para 2.887 em 2023. O estado é um dos poucos que fornece medicação para cães, gatos e seres humanos.

O que é esporotricose?

A esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix. Ele entra em contato com o organismo por meio de uma ferida na pele e pode afetar tanto humanos quanto animais.

Conforme o Ministério da Saúde, a doença pode caracterizar-se por lesões na pele, pequenos nódulos na camada de pele mais profunda ou nos casos mais graves, pode afetar órgãos ou sistemas como pulmão, ossos e fígado.

Esporotricose: como a doença passa de gatos para humanos?

A transmissão da esporotricose ocorre entre gatos e deles para cachorros e seres humanos, por mordidas, arranhões e contato com as lesões dos infectados. Os gatos carregam o fungo nas garras, na saliva e no sangue.

Quais são os sintomas da esporotricose?

Os sintomas da esporotricose variam de acordo com o órgão afetado e o período de incubação varia de uma semana a um mês, podendo chegar a seis meses após a entrada do fungo no organismo humano.

Na pele, a lesão inicial é similar a uma picada de inseto e pode evoluir para a cura espontânea. O fungo também pode afetar os ossos e articulações, com sintomas como inchaço e dor aos movimentos, bastante semelhantes aos de uma artrite infecciosa.

Em casos mais graves, como quando a doença afeta os pulmões, podem surgir sintomas como tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre. Esses sintomas se assemelham aos da tuberculose.

Esporotricose: diagnóstico e tratamento

O diagnóstico de esporotricose é feito com exames laboratoriais em que o fungo encontrado nas lesões é isolado. Nos casos mais graves, outras amostras, como escarro, sangue, líquido sinovial e líquor, podem ser analisadas, de acordo com os órgãos afetados.

O tratamento deve ser realizado com acompanhamento médico e pode variar de três meses a um ano. É feito com antifúngicos que são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Esporotricose: veja como se prevenir

Para se prevenir da esporotricose, podem ser tomados cuidados como:

  • Usar luvas e roupas de mangas longas em atividades que envolvam o manuseio do solo ou de plantas;
  • Animais com suspeita da doença não devem ser abandonados;
  • Animais mortos pela doença não devem ser enterrados em terrenos para não contaminar o solo. Recomenda-se a incineração do corpo do animal;
  • Indivíduos com suspeitas de doenças devem procurar atendimento médico;
  • Toda manipulação do animal doente pelos seus tutores ou veterinários deve ser feita com o uso de equipamento de proteção individual (EPI).
  • Fonte: O Povo

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