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Procurador que agrediu outra procuradora é solto por delegado considerar que não houve flagrante

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O homem que agrediu a procuradora-geral Gabriela Samadello Monteiro de Barros, que atua em Registro, no interior de São Paulo, disse à polícia que sofria assédio moral no local de trabalho. Demétrius Oliveira Macedo, também procurador, foi ouvido pela Policia Civil e liberado na sequência, uma vez que o delegado responsável pelo caso considerou que “não havia uma situação de flagrante”.

A ação foi filmada por outra funcionária e mostra o procurador desferindo socos e chutando a colega.

“Eu entendi que não havia uma situação de flagrante, e sim um fato criminoso. É claro que deveria ser devidamente apurado. Por isso, fizemos o registro da ocorrência e tomamos todas as diligências cabíveis na ocasião”, explicou o delegado Fernando Carvalho Gregório, do 1º Distrito Policial de Registro.

Segundo Gregório, o agressor disse em depoimento sofrer assédio moral no local de trabalho. “Ele admitiu que agrediu a vítima e alegou que assim o fez por sofrer assédio moral”, disse o delegado em entrevista à TV Tribuna (afiliada à Rede Globo), nesta quarta-feira (22/06).

“O fato também é analisado pelo Ministério Público (MP) e Poder Judiciário (PJ). Ao final de todos os trabalhos, teremos uma conclusão das investigações num processo, e uma eventual condenação”, afirmou Gregório.

Depoimento da vítima

g1 conversou, na terça-feira (21/06), com a procuradora. Ela se disse ‘desrespeitada como mulher’.

“Foi exposta a minha dignidade. Como mulher, fui desrespeitada, assim como servidora pública. Enfim, foi um desrespeito global da minha personalidade como mulher”, afirmou.

Gabriela ainda completou dizendo que temia o colega de trabalho. “Eu tinha medo, sim. Tinha medo de que fosse acontecer isso, mas não imaginava que fosse ser uma violência física, achava que fosse um ‘bate boca’, uma discussão”, relata a profissional, em entrevista à TV Tribuna, emissora afiliada à Rede Globo.

A procuradora relatou à polícia que o colega Demetrius Macedo apresentava comportamento suspeito e que já havia sido grosseiro com outra funcionária do setor. Gabriela informou ter enviado um memorando à Secretaria Administrativa com uma proposta de procedimento administrativo. Agora, a procuradora quer que Macedo seja processado em decorrência das agressões e ofensas contra ela.

O que diz a prefeitura

A administração municipal, por meio de nota, manifestou “mais absoluto e profundo repúdio aos brutais atos de violência realizados pelo Procurador Municipal contra a servidora municipal mulher que exerce a função de Procuradora Geral do Município. Que a vítima e sua família recebam toda nossa solidariedade, apoio e cada palavra de conforto e acolhimento”.

A prefeitura acrescentou que está tomando as providências necessárias e já determinou de imediato que o agressor seja suspenso, nos termos do art. 179, c/c inc. III do art. 180, ambos da Lei Complementar nº 034/2008 – Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Registro, com prejuízo de seus vencimentos, a partir de 21 de junho.

“Reafirmamos nosso compromisso com a prevenção e enfrentamento a todas as formas de violência, principalmente aquelas que vitimizam mulheres. Os servidores da Procuradoria Geral Municipal e da Secretaria de Negócios Jurídicos receberão todo apoio necessário, inclusive acompanhamento psicológico”, complementa.

O município apontou disse ainda aos demais servidores: “recebam nosso amparo e saibam que a prática de violência é veementemente repudiada e será severamente punida”.

Entenda o caso

Gabriela Samadello Monteiro de Barros, de 39 anos, é a procuradora-chefe do agressor Demétrius Oliveira Macedo, de 34 anos, também procurador. A situação aconteceu na tarde da última segunda-feira (20/06), por volta das 16h50, na Prefeitura de Registro (SP).

A ação foi filmada por outra funcionária e mostra que o procurador desferindo socos e chutando a colega.

A agressão teria sido motivada pela abertura de um processo administrativo contra o procurador por conta de sua postura no ambiente de trabalho.

O agressor chegou a ser conduzido ao 1º Distrito Policial (DP) do município, mas foi liberado após um boletim de ocorrência (BO) sobre o caso ser registrado.

Fonte: G1

 

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