Planejamento de construção de “linha verde”, preocupa a Comunidade de Bom Jesus e entorno que clama por transparência e diálogo
A Comunidade de Bom Jesus, localizada no trevo que dá acesso às praias de Trancoso, está enfrentando uma ameaça séria em seu planejamento urbano. O projeto de construção de uma linha verde com asfalto ecológico tem causado grande preocupação entre os moradores, pois desviará o tráfego de turistas das localidades de Sapirara, Coqueiro Alto, sendo confirmado o desvio do acesso a Trancoso pela Comunidade de Bom Jesus, direcionando-os para as praias de Trancoso, o que isolaria a região. Essa mudança trará consequências negativas e o caos econômico e financeiro da região, podendo até mesmo levar à falência de pequenos comerciantes e empresários ao longo do antigo acesso.
Além do flagelo econômico imposto às famílias de pequenos agricultores e comerciantes, o impacto ecológico e ambiental é imensurável. Serão imensas áreas devastadas com grandes danos à flora e fauna locais. O desmatamento desenfreado, o aniquilamento de animais silvestres e até mesmo o impacto no Córrego das Éguas e outras nascentes que banham a região é objeto de preocupação dos moradores e deveria ser também, dos órgãos ambientais e do poder público.
É importante ressaltar que os moradores não são contrários aos mega empreendimentos que poderão surgir nesse corredor, como a construção de hotéis e condomínios de luxo. Porém, eles clamam por um diálogo transparente, sensato e humano que leve em consideração a existência e sobrevivência dos comerciantes e moradores locais, bem como os interesses econômicos envolvidos.
Ao longo dos anos, muitos interesses prevaleceram no balneário de Trancoso, mas desta vez a articulação dos empresários parece querer acabar de forma definitiva com os pequenos comerciantes, atropelando de forma cruel a existência de comunidades centenárias da região. É preciso buscar um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação da identidade e do modo de vida das comunidades locais.
Os moradores de Bom Jesus desejam que suas vozes sejam ouvidas e que sejam consideradas alternativas que possam garantir a sustentabilidade econômica da região, sem comprometer a qualidade de vida e os meios de subsistência dos pequenos empresários e comerciantes locais. É necessário evitar que o projeto da linha verde se torne uma ameaça à existência dessas comunidades, que são parte integrante da história e da cultura da região.
Urge, portanto, a realização de um debate amplo e transparente que inclua todos os envolvidos, possibilitando que sejam encontradas soluções justas e equilibradas para o desenvolvimento de Trancoso. O diálogo entre os empresários, moradores locais e demais stakeholders é fundamental para promover uma tomada de decisão consciente, que leve em conta não apenas os interesses econômicos, mas também a preservação e o bem-estar das comunidades envolvidas.
É necessário que sejam valorizadas as atividades econômicas tradicionais e que sejam buscadas alternativas que possam fortalecer e incentivar o empreendedorismo local. A construção de hotéis e condomínios de luxo não deve ser vista como uma ameaça, mas sim como uma oportunidade de impulsionar a economia da região de forma sustentável e inclusiva, preservando a identidade e a sobrevivência das comunidades locais.
A Comunidade de Bom Jesus clama por um planejamento urbano que leve em consideração todos os aspectos envolvidos, garantindo a coexistência harmoniosa entre os projetos de desenvolvimento e as comunidades locais. É fundamental que se busque um caminho que promova o progresso de Trancoso sem comprometer sua essência e tradição, assegurando a prosperidade de todos os envolvidos, sejam eles grandes empresários ou pequenos comerciantes.