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Hacker dá depoimento bombástico e CPMI vai pedir a quebra de sigilos de Bolsonaro

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Em depoimento à CPMI dos Atos Golpistas de 8 de janeiro, nesta quinta-feira, (17/08), o ‘hacker’, Valter Delgatti fez revelações bombásticas envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, políticos do seu entorno e o Alto Comando do Exército.

Segundo Delgatti, após ter conhecido a deputada federal Carla Zambelli, -a quem acusou de ter-lhe pago R$ 40 mil para hackear o STF e o CNJ-, em um encontro casual, a mesma demonstrou interesse pelos seus “serviços”, e o conduziu até o então presidente, Jair Bolsonaro para uma conversa sobre as urnas eletrônicas.

Participaram da conversa, de acordo o depoente, a própria Carla Zambelli; o ajudante de ordens, Mauro Cid, e o Coronel Marcelo Câmara, além do presidente Bolsonaro.

Delgatti disse que, “de cara”, o presidente lhe perguntou se tinha como invadir as urnas eletrônicas, após a negativa do hacker, o então presidente lhe sugeriu assumir o possível grampo que tinham feito do Ministro do STF e, à época presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e se poderia fazer uma encenação de invasão de uma urna eletrônica no 7 de setembro, com um código-fonte gerado pelo próprio Delgatti. Diante da audácia da proposta e preocupado com as consequências do procedimento, Delgatti se silenciou, e Bolsonaro insistiu: “lhe darei um indulto como dei a Daniel Silveira (deputado federal cassado e preso por ataques ao sistema eleitoral e a Ministros do Supremo), e completou: “se algum juiz lhe prender, mando prender o juiz”, relatou o depoente.

Interpelado por Moro, que tentou classificar o hacker como criminoso e descaracterizá-lo como testemunha, lembrando aos pares da CPMI os crimes cometidos por Delgatti, como a invasão do seu próprio celular e de diversas autoridades que comandavam, junto com Moro, a famigerada operação “lava Jato”, desbaratada nas conversas hackeadas por Delgatti, mais tarde objeto de uma operação da PF, denominada ‘operação SPOOFY’, o hacker não se intimidou: “ Li suas conversas; o Sr. é um bandido e criminoso contumaz”, disparou Delgatti.

O hacker confirmou que após a conversa com Bolsonaro, quando o ex-presidente indicou que ele estaria “salvando o Brasil”, e que a “liberdade do povo estava em risco”, este determinou ao Coronel Marcelo Câmara que o encaminhasse ao Ministério da Defesa para se entender com técnicos de informática, aos quais, segundo Delgatti, foram sugeridas a formulação de perguntas para compor o relatório que seria entregue ao TSE, questionando a credibilidade das urnas eletrônicas Em entrevista, a relatora da CPMI, Elisiane Gama declarou que os fatos relatados reúnem elementos suficientes para o pedido das quebras de sigilo telemático e financeiro de Jair Bolsonaro, e que o requerimento para tal, será encaminhado à CPMI na data de hoje.

Enfim, o depoimento do hacker foi realmente uma bomba e compromete o ex-presidente Jair Bolsonaro, políticos e o alto escalão das Forças Armadas, além de deixar claro que, não fosse a incompetência dos autores e protagonistas desta ação criminosa, um grande golpe estava em curso.

Defesa de Bolsonaro diz que ‘entorno primário’ do ex-presidente nunca fez grampo

“NUNCA, JAMAIS, houve grampo, nem qualquer atividade ilegal, nem não republicana, contra qualquer ente político do Brasil por parte do entorno primário do Presidente. Mente e mente e mente”, escreveu  em seu twiter o ex-secretário de comunicação do governo e atual assessor do Bolsonaro, Fábio Wajngarten.

O hacker Walter Delgatti afirmou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes teria sido grampeado.

Segundo ele, em uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2022, ouviu que o governo já tinha conseguido grampear o magistrado.

Ainda segundo o hacker, Bolsonaro teria sugerido que Delgatti assumisse a autoria do grampo.

— Segundo ele (Bolsonaro), eles haviam conseguido um grampo, que era tão esperado à época, do ministro Alexandre de Moraes. Que teria conversas comprometedoras do ministro, e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo — disse Delgatti.

— Eu era o hacker da Lava-Jato, né. Então, seria difícil a esquerda questionar essa autoria, porque lá atrás eu teria assumido a ‘Vaza-Jato’, que eu fui, e eles apoiaram. Então, a ideia seria um garoto da esquerda assumir esse grampo — afirmou.

Delgatti disse ter se encontrado com o ex-presidente durante um café da manhã, em agosto do ano passado, em que ele o questionou sobre a possibilidade de invadir as urnas eletrônicas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo Delgatti, Bolsonaro teria dito “eu preciso que você vá até o ministério da Defesa e converse com os técnicos”.

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