A CPI da Covid instalada no Senado Federal para apuração de ações e omissões do Governo Federal durante a pandemia, teve sua data de encerramento – prevista para ontem, (07/10) – adiada por mais dez dias, para segunda-feira (18/10), quando ouvirá, pela terceira vez, o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
O comando da CPI, já havia decidido não ouvir Queiroga, apesar de ter sua convocação aprovada. Ocorre que, a CPI enviou uma relação de questionamentos ao Ministro, com prazo de 48 horas para respostas, e que abordavam questões sobre o planejamento do PNI (Plano Nacional de Imunizações) para o ano de 2022. Queiroga ignorou o pedido dos senadores; o que irritou a comissão e ensejou a prorrogação dos trabalhos e uma nova oitiva com o Ministro.
Queiroga vive um mau momento no Ministério, desde seus dois primeiros depoimentos.
O Ministro, sem qualquer explicação, interferiu no adiamento do parecer da CONITEC – órgão colegiado de caráter permanente, integrante da estrutura regimental do Ministério da Saúde, que tem por objetivo assessorar o Ministério da Saúde nas atribuições relativas à incorporação, exclusão ou alteração pelo SUS de tecnologias em saúde, bem como na constituição ou alteração de protocolos clínicos – que recomendava não usar os medicamentos que compõem o “Kit-covid”, por total ineficácia na prevenção e tratamento da doença.
A denúncia da interferência de Queiroga foi feita pelos próprios membros do colegiado; o que irritou mais ainda os senadores.
Juntam-se a esses desgastes, o fato do Ministro ter suspendido a vacinação para os jovens e ter feito gestos obscenos para manifestantes contra o presidente Bolsonaro, por ocasião da sua passagem na cidade americana de Nova York, durante a Assembléia Geral da ONU.