Sete homens e uma mulher apontados como chefes de um grupo criminoso e suspeitos de ordenar ataques à rivais, além de envolvimento com o tráfico de drogas e de armas, foram presos durante nas primeiras horas desta terça-feira (17/10), em Salvador, durante a 5ª Fase da “Operação Noise”, deflagrada pela Polícia Civil, com o apoio de equipes da Polícia Federal.
Segundo a Polícia Civil, a ação, que contou com viaturas blindadas, aconteceu nos bairros de Engenho Velho de Brotas, Piatã, Tororó, Imbuí e na Avenida Antônio Carlos Magalhães (ACM), uma das principais da capital baiana. No entanto, as prisões foram realizadas no Engenho Velho de Brotas, Imbuí, Costa Azul e Piatã.
Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na Câmara de Vereadores de Salvador. De acordo com a assessoria da Casa, o alvo da investigação era Fabiana Dias, assessora do vereador Marcelo Maia (PNM).
Apesar de ter tido o gabinete vistoriado, o vereador Marcelo Das não foi alvo de nenhum mandado.
Fabiana Dias é suspeita de integrar um grupo criminoso e de envolvimento com o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ela foi presa momentos antes das buscas e apreensões no gabinete do vereador, em um apartamento no bairro de Itapuã.
A assessora foi encontrada junto com o ex-companheiro, conhecido como “Ricardo Cabeção”. Ele é apontado como líder do tráfico de drogas na localidade “Manguinhos” e também foi preso na 5ª fase da “Operação Noise” nesta terça-feira.
Casa arrombada por policiais
Além das prisões, as equipes do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco) também cumprem dezenas de mandados de busca e apreensão.
Em um desses cumprimentos, uma família reclamou de um arrombamento próximo da Avenida Vasco da Gama. A dona do imóvel é uma idosa que completa 76 anos nesta terça.
“Um susto grande, que presente de grego recebi. Me levantei da cama com um monte de arma em cima de mim. Os homens na minha casa, subindo e entrando nos quartos”, disse a aniversariante Luzia.
“Fiquei toda me tremendo, não estou passando bem, logo no dia do meu aniversário e recebi esse presentaço”, reclamou, nervosa.
Segundo a idosa, antes da invasão, os policiais gritaram com pedidos para que ela abrisse a porta do imóvel, mas ela pensou que era para os donos de uma oficina, que fica próximo ao local.
“Quando vi já estavam arrombando a porta com aquelas armas grandona. Eles subiram, entraram no quarto, minha filha estava só de calcinha, coitada”, relembrou.
“Eles mandaram mudar a roupa e eu fiquei toda me tremendo. Em casa de família não pode ser desse jeito, estou toda me tremendo”, reclamou Luzia.
O filho da idosa, o motorista de táxi identificado como Fábio, não estava no local no momento em que o imóvel foi invadido, mas foi chamado pela mãe, a irmã e o sobrinho, todos moradores do imóvel.
“Infelizmente eles fizeram uma abordagem mal feita. Arrombaram a casa de minha mãe, que hoje completa 76 anos. Quebraram dois cadeados e arrombaram a porta”, contou.
Ainda segundo Fábio, o caso aconteceu por volta das 5h.
“Acordaram com o arrombamento. Eles [os policiais] disseram que tinham mandado de busca, entraram, revistaram a casa toda, não encontraram nada e foram embora”, relatou.
70 Mandados judiciais
Segundo a Polícia Civil, durante a ação, o Draco cumpre 70 mandados judiciais decretados pela Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
Os alvos são suspeitos de envolvimentos com o tráfico de armas e de drogas, além de crimes contra vida. Mais de 200 policiais civis realizam os cumprimentos, contando ainda com o apoio de equipes da Polícia Federal.
Além do Draco, também atuam policiais dos Departamentos de Inteligência Policial (DIP), de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), especializado de Investigações Criminais (Deic), Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), de Polícia Metropolitana (Depom), de Polícia do Interior (Depin), além das Coordenações de Operações de Polícia Judiciária (COPJ) e de Operações e Recursos Especiais (Core), com o Canil da especializada.
A Polícia Federal participa das ações por meio do Comando de Operações Táticas (COT) e Grupo de Pronta Intervenção (GPI), por meio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco).
Fonte: G1 Bahia