Os cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) investigados no âmbito da operação Ultima Ratio, que apura denúncias de venda de sentenças, ganham até R$ 200 mil por mês em salários e penduricalhos.
Os investigados terão que usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de acessar as dependências dos órgãos públicos e de se comunicar com outras pessoas investigadas.
A operação foi deflagrada nesta quinta-feira (24/10) e cumpre 44 mandados de buscas contra os magistrados, outros servidores públicos e nove advogados, além de empresários suspeitos de se beneficiarem do esquema.
As ordens são cumpridas em Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá (MT).
O presidente do TJMS, Sérgio Fernandes Martins, e os desembargadores Sideni Soncini Pimentel, Vladimir Abreu da Silva, Marcos José de Brito Rodrigues e Alexandre Aguiar Bastos foram afastados de seus cargos nesta quinta-feira (24/10) em razão da operação da Polícia Federal.
A Ultima Ratio investiga os crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário do estado.
Em média, os cinco desembargadores ganham R$ 129,8 mil por mês, de acordo com dados de 2023 e 2024 levantados pela coluna junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Considerando o rendimento líquido, quando são descontados o imposto de renda, contribuições à previdência e, em alguns casos, o abate-teto, a remuneração média é de R$ 100,1 mil.
O salário bruto dos desembargadores é de R$ 39.717,69. No entanto, a remuneração mensal é até mesmo quintuplicada em razão de penduricalhos e benefícios.
Em fevereiro deste ano, por exemplo, os desembargadores Sideni Soncini Pimentel, Vladimir Abreu da Silva e Marcos José de Brito Rodrigues ganharam mais de R$ 200 mil líquidos. Desse total, cerca de R$ 180 mil se referem a “direitos eventuais”.
Fonte: Metrópole