Lula e Trump selam reaproximação entre Brasil e EUA em reunião na Malásia
Encontro histórico alivia tensões diplomáticas e traz otimismo à economia brasileira
Em um gesto diplomático amplamente elogiado no cenário internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na manhã deste domingo (26) com o mandatário americano Donald Trump, em Kuala Lumpur, capital da Malásia, durante o Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC). O encontro, que durou cerca de duas horas, marcou o início de uma nova fase nas relações entre Brasil e Estados Unidos, após meses de tensão comercial e política.
Segundo fontes do Itamaraty, a conversa foi franca e produtiva. Lula e Trump trataram de temas sensíveis como o tarifaço imposto recentemente aos produtos brasileiros, a cooperação ambiental na Amazônia, acordos bilaterais de energia limpa e investimentos industriais. Ao final da reunião, ambos os líderes anunciaram a criação de um grupo de trabalho para revisar as tarifas e fortalecer parcerias estratégicas nos setores de tecnologia e infraestrutura.

A notícia foi recebida com alívio e entusiasmo pelo empresariado brasileiro, especialmente nos ramos do agronegócio e da indústria metalúrgica, duramente afetados pelas barreiras impostas por Washington nos últimos meses. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nota destacando o “espírito de diálogo e pragmatismo” da diplomacia brasileira e a importância da reaproximação para a estabilidade econômica.
A sociedade brasileira também reagiu positivamente. Nas redes sociais, predominou o sentimento de alívio diante da distensão entre os dois países, o que sinaliza uma retomada da confiança internacional no Brasil e uma redução das incertezas que vinham pressionando o câmbio e os mercados.
O episódio também isolou politicamente o deputado Eduardo Bolsonaro, apontado por diplomatas e analistas como um dos principais responsáveis pelo desgaste entre Brasília e Washington. O parlamentar, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro — condenado pela Justiça brasileira por tentativa de golpe de Estado —, vinha adotando uma postura agressiva contra o governo Lula e comemorou publicamente o tarifaço norte-americano, em um gesto visto como antipatriótico.
Com o avanço das negociações e o tom conciliador adotado pelos dois presidentes, o discurso da oposição perdeu força. Líderes bolsonaristas, que apostavam na manutenção das sanções como instrumento político contra o governo federal, agora enfrentam um visível esvaziamento de narrativa, justamente em um momento em que começam as articulações para as eleições presidenciais de 2026.

Em pronunciamento breve após o encontro, Lula afirmou que o diálogo e o respeito mútuo são “a única base possível para relações maduras entre nações democráticas”. Já Trump destacou que “o Brasil é um parceiro importante, e os EUA estão prontos para cooperar em benefício de ambos os povos”.
A reunião, vista por observadores como um marco na diplomacia sul-americana, simboliza não apenas a recuperação do prestígio internacional do Brasil, mas também o enfraquecimento de setores que tentam explorar politicamente o conflito e a divisão — dentro e fora do país.