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Braga Netto tentou descobrir teor de delação com pai de Mauro Cid e apagou conversas, diz PF

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Entre as evidências apontadas pela Polícia Federal (PF) que motivaram a prisão do general Walter Braga Netto, está uma conversa via WhatsApp com o pai de Mauro Cid, Mauro César Lorena Cid, para obter informações sigilosas sobre um acordo de delação premiada do filho e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo documentos da PF, a perícia realizada no aparelho celular apreendido em poder de Lourena Cid demonstrou que todas as mensagens trocadas por meio do aplicativo WhatsApp foram apagadas nas primeiras horas do dia 08/08/2023, três dias antes da operação sobre a venda de joias para benefício de Bolsonaro.

Nesse período, Mauro Cid estava preso e ainda não negociava a colaboração premiada com a PF. Porém, conforme o documento, as conversas e os contatos telefônicos realizados com o pai de Cid tinham a finalidade de obter dados sigilosos sobre a possível delação, bem como controlar o que seria repassado à investigação.

Cid passou a negociar a colaboração premiada a partir de 16 de agosto de 2023. No entanto, o contexto do documento revela que, possivelmente, nas mensagens de Braga Neto, foram feitas perguntas sobre o conteúdo de um possível acordo de colaboração realizado por Mauro Cid.

No último dia 06, data do último depoimento do Mauro Cid à PF, o general Lourena Cid confirmou que Braga Neto entrou em contato tanto pelo Whatsapp quanto pelo telefone no período em que o acordo de delação do filho estava sendo realizado.

Segundo a PF, as informações mostram que Braga Netto “praticou condutas no sentido de interferir na investigação, notadamente a partir de ações voltadas à obtenção de dados sigilosos fornecidos pelo colaborador Mauro Cesar Barbosa Cid à Polícia Federal”.

Braga Netto foi preso neste sábado, 14, sob suspeita de obstrução de Justiça. O militar foi detido em sua residência, localizada no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. A prisão preventiva foi solicitada pela PF e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Fonte: Terra

 

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